São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Calmon de Sá diz que ajuda BC a recuperar créditos do Econômico

Segundo ex-banqueiro, devedor mais difícil é o governo

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O ex-presidente do Banco Econômico Angelo Calmon de Sá disse ontem em Salvador (BA) que está ajudando o Banco Central a recuperar créditos de seu ex-banco.
"Na medida em que existem clientes que são mais complicados, maiores, que a gente conhece a história, eu procuro informar o doutor Flávio (Cunha, interventor) qual é a situação. Está tendo êxito", disse.
O ex-banqueiro participou da inauguração de uma ala do Hospital Santo Antonio, fundado pela irmã Dulce, e do qual Calmon de Sá é presidente do conselho de administração.
Ele disse que os créditos mais difíceis de receber eram os do governo. "Mas até esses nós resolvemos e estamos recebendo", disse.
Ele considerou um sucesso a venda do Econômico ao Excel. "Tudo me agradou. Não poderia ser melhor. O mais importante é que todos os clientes receberam seu dinheiro", disse.
Após alguns meses sem dar declarações públicas, Calmon de Sá disse que continua cliente do banco. "Muitos clientes do banco voltaram para o Excel. Sou cliente do Excel", disse.
ACM
O ex-banqueiro disse não ter guardados mágoas do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no processo de venda do banco para o Excel.
Ele disse que ACM teve papel importante na negociação do banco. "Todos receberam graças, principalmente, ao trabalho que o senador fez", afirmou.
"Ainda que ele tivesse brigado comigo, nós não nos falamos, mas eu não tenho mágoa nenhuma dele", afirmou.
O ex-banqueiro disse que, no entanto, não tem mais o relacionamento que tinha com Antonio Carlos Magalhães.
"Quando eu passo por ele e ele passa por mim nos cumprimentamos. Somos pessoas educadas, mas não temos a relação que tínhamos antes", disse.
Para Calmon de Sá, o trabalho de ACM na negociação do banco ajudou a eleger o candidato à Prefeitura de Salvador (BA), Antonio Imbassahy (PFL), apoiado pelo senador.
"Acho que a vitória do Imbassahy foi muito em função do que o senador fez para centenas de milhares de baianos que tinham conta e poupança no Econômico e receberam o seu dinheiro de volta. Ninguém perdeu nada", afirmou.
O governador Antonio Carlos Magalhães foi um dos articuladores para a negociação do Econômico com o Excel.

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