São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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PT tenta agilizar programa eleitoral e faz Erundina improvisar no vídeo

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o programa de TV do pepebista Celso Pitta no segundo turno mantém o mesmo padrão visual, o do PT ganhou um novo formato, mais leve, solto. A campanha petista joga todas as suas esperanças na televisão.
"Queremos que o telespectador bata o olho no programa e se sinta mais próximo", diz Ricardo Carvalho, publicitário do PT.
A entrada da apresentadora Liliane Santos serviu a esse propósito. Outro recurso foi tirar o "teleprompter" de Luiza Erundina. "Teleprompter" é o equipamento que apresentadores de TV usam para fazer a leitura do noticiário.
A sugestão foi da própria candidata. Em vez de ficar presa a um texto, ela agora improvisa.
O tratamento gráfico obedeceu ao conceito editorial de "leveza". O vídeo foi invadido por cores luminosas, dosadas pelo designer Rudi Bohm, 49.
Feitos em computador, fotografados e projetados, os cenários são vibrantes. As vinhetas com imagens rápidas de relógios e o tique-taque da trilha sonora marcam o novo ritmo, mais ágil.
Os sete minutos e meio que vão ao ar no horário eleitoral são garimpados em centenas de metros de fita magnética. Fernando Jordão, 59, coordena quatro equipes de externa e a gravação no estúdio.
Os passos seguintes são selecionar, tratar e ordenar imagem e texto, este a cargo de Pola Galé, 43, Caco Schmitt, 41, e Mercedes Sanchez, 36. Um computador, pilotado por José Antonio Neves, 33, marca e "corta" a fita, muda a ordem das cenas, põe e superpõe letreiros e imagens e faz a sonorização, entre outros truques.
Luca Mello, 32, diretor gráfico, orienta o uso de texturas que "suavizam" os tons da imagem, recurso para "aproximar" o telespectador. Pedro Negri, 37, executa a tarefa em outra máquina.
A edição vai à minúcia do corte ou acréscimo de alguns "frames". O "frame" é a imagem congelada (como uma foto) que corresponde na fita a um trigésimo de segundo.
Quando o horário eleitoral começa, e os programas têm de ser feitos e entregues diariamente até as 17h, o ritmo de trabalho torna-se frenético. "Um pouco de adrenalina ajuda a melhorar o produto final", diz Carvalho.

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