São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Mercado exige cozinheiro especializado

PRISCILA LAMBERT
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O mercado está carente de bons cozinheiros. Mas, para entrar na profissão, cada vez mais exigem-se experiência e especialização.
Descascar batatas e lavar pratos é uma maneira de ingressar na profissão. No entanto, as melhores oportunidades são para os que passam por cursos de formação e aperfeiçoamento em cozinha.
"Para driblar a concorrência, donos de hotéis e restaurantes querem profissionais qualificados", afirma o "chef" Anthony Felix Mosso, do Instituto de Culinária de Nova York (EUA), que está no Brasil há dois anos.
Nas cozinhas industriais, a qualificação profissional não é o mais importante. Nessa área, a quantidade de alimentos preparados é muito grande, e a variedade é limitada. Não há espaço para criações, mas agilidade é fundamental.
Remuneração
O cozinheiro Joaquim Antônio de Lima, 28, do restaurante Roanne (SP), diz que a remuneração varia em função do estabelecimento e não depende da área escolhida.
Em alguns casos, segundo ele, o salário é maior em cozinhas que trabalham com grandes quantidades. "Mas às vezes vale a pena ganhar menos em cozinhas sofisticadas, que são grandes escolas."
A jornada de trabalho do cozinheiro, em geral, é de oito horas. O piso salarial é de R$ 305. A média varia entre R$ 500 e R$ 1.550.
Para Celso dos Santos Silva, professor e consultor na área de alimentos e bebidas, o cozinheiro deve ter, acima de tudo, vocação. Mas higiene, pontualidade, organização e criatividade também são fundamentais nesse profissional.
"Quem não tiver talento e muita vontade não aguenta a rotina de ficar de pé o tempo todo, em frente ao calor do fogão", afirma.
Hotéis
A expansão dos hotéis brasileiros aliada à chegada de redes internacionais deve criar novas oportunidades para cozinheiros. Esse segmento, no entanto, é um dos mais exigentes e concorridos.
O Maksoud Plaza tem um programa de estágio em convênio com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) de Águas de São Pedro (SP).
O hotel recebe estagiários que concluem o curso do Senac, mas não há vínculo empregatício. Segundo o departamento de RH (recursos humanos) do Maksoud, o hotel prefere investir na formação de seus profissionais.
Já no Transamérica, muitas vezes o recrutamento acontece por meio de estágio. Segundo Flávia Ferreira da Silva, 28, do departamento de seleção, o estágio pode durar de seis meses a um ano.
"Normalmente após o estágio os cozinheiros são efetivados."

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