São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quatro vezes seis

JUCA KFOURI

A TV aberta mostrará hoje a partida que reúne as maiores torcidas envolvidas na rodada deste domingo do Brasileiro, opção compreensível e ditada pelos interesses do mercado que se concentra no eixo Rio-São Paulo.
Palmeiras e Flamengo, além do mais, fazem um jogo de opostos. Os paulistas em paz e jogando bem contra os cariocas em crise e com suas estrelas em período de pouco brilho. O que, por si só, justifica a transmissão.
Mas os mineiros chiam e chiam com razão. O grande clássico de hoje é mesmo o do Mineirão, o confronto estadual entre Cruzeiro e Atlético, o primeiro de uma série de quatro jogos que valem seis pontos neste domingo na briga pela classificação.
Outro jogo imperdível será disputado em Campinas, e pena que a torcida do Guarani não seja de comparecer ao Brinco de Ouro, porque o duelo contra o Grêmio é daqueles que merecem casa cheia -situação que certamente será vivida no Mineirão.
O terceiro jogo que vale seis pontos e que permitirá mais uma tarde de gala na Ilha do Retiro será entre Sport e Vitória, dois rubro-negros que, a exemplo do Atlético-PR, devem estar causando profunda inveja ao Flamengo.
Finalmente, o quarto confronto mais interessante da rodada terá como palco o desconfiado Beira-Rio, reunindo Internacional e Atlético-PR.
Qualquer prognóstico é temerário em relação aos cinco jogos citados, como diria um analista tucano.
Mas Palmeiras, Atlético-MG, Grêmio, Sport e Atlético-PR são os meus favoritos, o primeiro e o último pelo que estão jogando e os outros três mais na base da intuição.
De resto, é triste constatar a quase nenhuma importância do clássico carioca entre Botafogo e Vasco, e é razoável alertar para a ilusão que poderá ser criada na volta de Muricy Ramalho ao comando do São Paulo, com tudo para golear o lanterna Criciúma.
Digno de nota, ainda, além da desesperada luta de clubes como o Fluminense e o Bahia para evitar o rebaixamento, é o jogo entre Coritiba e o Goiás, em franca ascensão sob o comando do pequeno artilheiro Dill.
Segundo Jorge Kajuru, aquele mesmo que foi repórter de campo do SBT durante anos e hoje comanda uma grande equipe de rádio em Goiânia, Dill é mais jogador que Baltazar, o "artilheiro de Deus" -lembra?-, e que Túlio, as duas maiores glórias do futebol goiano.

Texto Anterior: São Paulo lamenta a ausência de um líder
Próximo Texto: Cruzeiro e Atlético fazem o duelo da invencibilidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.