São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Oferta de outros tipos é pequena

DA REPORTAGEM LOCAL

O Carta de Crédito surgiu como uma boa novidade para a classe média porque, atualmente, é muito difícil conseguir financiamentos por outro meios.
A oferta de financiamentos pelo SFH (Sistema Financeiro da habitação) diretamente para o comprador, por exemplo, resume-se a a poucos bancos privados.
Pelo SFH, os bancos podem financiar até R$ 90 mil, para imóveis que custam no máximo R$ 180 mil. Há correção pela TR (taxa referencial de juros) mais 12% ao ano.
O Itaú concede créditos que podem ser pagos por 15 anos. Já no Banco de Boston e no Citibank, o prazo é de dez anos.
O Bradesco, maior banco privado do país, faz financiamentos pelo SFH em 84 meses apenas para clientes. E não adianta simplesmente abrir a conta e pedir o financiamento: o banco só concede o crédito para clientes cujas contas apresentarem um bom histórico.
Segundo o diretor departamental da área de crédito imobiliário do Bradesco, Osvaldo Fonseca, uma conta leva no mínimo 90 dias para formar um bom cadastro.
Com os empréstimos pela carteira hipotecária, que tem juros maiores, a situação é semelhante.
As ofertas se resumem ao Itaú (em 15 anos, com juros entre 14% e 15% ao ano), Banco Real (oito anos e juros de 18%) e Banco de Boston (oito anos e 18% ao ano).
No Bradesco, a carteira hipotecária tem prazo de cinco anos e juros de 14%, mas também só é concedido a clientes exemplares.
Financiamentos diretos
Mas a falta de financiamentos bancários teve pelo menos um efeito: estimulou a criação dos créditos diretos das incorporadoras se tornaram mais comuns.
Muitas empresas passaram a financiar, com recursos próprios, a compra dos imóveis que incorporam. O prazo mais praticado para esse tipo de financiamento é 60 meses, mas há mais extensos.
O Plano Fácil, por exemplo, idealizado pela Rodobens Engenharia e utilizado por empresas de outras oito cidades, financia a compra em até 95 meses, se o imóvel for comprado logo depois de seu lançamento.
Em geral, porém, esses planos prevêem o pagamento de parcelas anuais e semestrais que podem pesar no bolso do comprador (o Plano Fácil é uma exceção).
Os reajustes costumam seguir segundo índices de custo da construção civil, como INCC e CUB.

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