São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Democratas devolvem mais uma doação

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Partido Democrata, do governo, devolveu mais uma doação em dinheiro à campanha pela reeleição do presidente Bill Clinton. Ela fazia parte da sua "conexão asiática", sob suspeita de ilegalidades.
O relatório das contas do partido em outubro, entregue com uma semana de atraso, mostra que contribuição de US$ 10 mil feita pelo sul-coreano Kyung Hoon Lee foi entregue de volta ao doador. Em outubro, outros US$ 250 mil, doados pela empresa de Lee, a Cheong Am, companhia de serviços eletrônicos, também foram devolvidos.
O candidato do Partido da Reforma à Presidência dos EUA, Ross Perot, que nos últimos cinco dias tem crescido nas pesquisas de intenção de voto, embora se mantenha em distante terceiro lugar, usou as devoluções para fazer novos ataques duros contra Clinton, o favorito na eleição de terça-feira.
"Vocês contratariam uma pessoa que vai passar os próximos dois anos preocupado em tentar ficar fora da cadeia para dirigir o país mais importante do mundo?", perguntou ele aos participantes de comício em Palo Alto, Califórnia, Costa Oeste do país.
Perot também criticou Clinton por ter proposto na sexta-feira uma reforma na legislação que regula as contribuições financeiras a campanhas eleitorais: "Este discurso é uma das coisas mais cínicas que eu já ouvi".
"Conforme as regras"
Clinton, que tem evitado falar sobre a "conexão asiática", disse em Santa Barbara, também na Califórnia, que ele e seu partido "têm jogado conforme as regras" do financiamento de campanhas, mas que é necessário alterá-las no futuro.
O presidente acusou Bob Dole e o partido de oposição, o Republicano, que controla o Congresso, de terem bloqueado seus esforços anteriores para mudar a lei.
Os US$ 10 mil devolvidos esta semana são a terceira doação de que o Partido Democrata abre mão por suspeita de ilegalidade. Todas foram obtidas por John Huang, o pivô da "conexão asiática".
A lei em vigor proíbe contribuições de empresas ou cidadãos estrangeiros a partidos ou políticos norte-americanos. O Partido Republicano afirma que pelo menos outras três doações levantadas por Huang, no valor de US$ 1,02 milhão, também são ilegais: uma de um casal da Indonésia ligado a um banco daquele país, outra de um empresário indiano e a terceira de um templo budista.
Também há suspeitas de que enviados da Casa Branca tenham pedido dinheiro em Taiwan.

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