São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Comissão restringe apuração a 2 causas

DA REPORTAGEM LOCAL

A comissão que investiga o acidente com o Fokker-100 da TAM está considerando duas hipóteses para o problema no reverso direito da aeronave: uma falha de fabricação ou falha de manutenção.
No início das investigações havia outras duas possíveis causas do acidente que matou 98 pessoas na última quinta-feira.
1ª) Que algum agente externo (telefone celular, rádio pirata etc.) teria alterado a programação de bordo; 2ª) que a peça que apresentou defeito, o reverso, estaria com fadiga de material (velha).
A Aeronáutica praticamente já descartou essas duas hipóteses.
A assessoria da presidência da TAM informou que não vai comentar o caso até a conclusão final da comissão aeronáutica.
Agora, a comissão deve concentrar as investigações nas planilhas dos outros 27 Fokker-100 da TAM.
O objetivo é saber se o reverso -freio aerodinâmico auxiliar da turbina e equipamento não-obrigatório- já apresentou defeito em outras aeronaves.
Além disso, a Aeronáutica deve fazer um levantamento detalhado sobre as planilhas de manutenção.
Um integrante da comissão que investiga o acidente, que pede para não ser identificado, disse à Folha que ontem foi realizada uma simulação de vôo do Fokker-100 no hangar 2 da TAM, em Congonhas.
Segundo ele, o reverso do avião usado na simulação teria aberto durante o teste. Isso, segundo o integrante, não poderia acontecer.
A TAM recusou-se a falar sobre o teste.
Peças no CTA
Segundo a comissão, algumas peças do Fokker-100 da TAM começaram a ser enviadas anteontem para o CTA (Centro Técnico Aeroespacial).
Os destroços do avião estavam sendo analisados no hangar 4 da TAM, em Congonhas.
Os técnicos do CTA farão um laudo sobre a análise das peças. Esse laudo será usado pela comissão que investiga o acidente para avaliar possíveis causas de falhas.
A Aeronáutica informou que não foi necessário remontar o avião a partir de seus destroços (como aconteceu com o avião da TWA que explodiu em julho, em Nova York).
Segundo a Aeronáutica, a investigação se concentra nos mecanismos que acionaram o reverso.

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