São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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O que já se sabe sobre o acidente

AO TENTAR AUMENTAR A POTÊNCIA DA TURBINA

- O motivo mais provável para a queda do Fokker-100 da TAM é uma falha no reverso (sistema de freio aerodinâmico usado nos pousos) da turbina direita que, por um problema mecânico, hidráulico, pneumático ou elétrico teria sido acionado na decolagem

- Testemunhas dizem que o reverso abriu quatro e fechou três vezes. O problema começou quando o avião estava saindo do solo

- É muito remota a possibilidade da queda ter sido causada pelo choque de um aro ou de qualquer outro objeto no Fokker-100

- O avião perdeu potencia em uma das turbinas, o que fez com que sua velocidade caísse abaixo do nível mínimo exigido para o piloto controlar a aeronave. Com isso, o avião não respondeu mais aos comandos do piloto

- O avião não teria apresentado problema, exceto em um botão do rádio, antes de decolar do aeroporto de Congonhas

Comunicação
- Não houve comunicação entre o piloto e a torre após a autorização para decolagem

Destroços
- Os destroços do avião estão guardados no hangar 4 do aeroporto de Congonhas

O momento da pane
- O avião atingiu uma velocidade máxima de 288 km/h e uma altura de 100 pés (33 metros). - O vôo 402 durou cerca de 50 segundos

Interferências eletrônicas
- Está descartada pela Aeronáutica a possibilidade de uma interferência causada por telefones celulares, computadores pessoais ou rádio pirata no sistema de navegação do F-100 ter provocado a queda da aeronave

- A polícia ainda considera a hipótese de interferência

O que o piloto tentou fazer
- O piloto teve 18 segundos para resolver o problema desde que aconteceu a primeira pane até a queda da aeronave. Nesse tempo, ele:
1 - Assumiu o comando da aeronave
2 - Tentou reverter a perda de potência da turbina por três vezes
3 - Teria tentado recolher o trem de pouso

As últimas frase do piloto
"Passa pra mim"
(ao pedir o comando da aeronave ao co-piloto)

"Pô, desligou de novo"

"Vou ligar na mão"
(ao tentar resolver o problema na turbina)

"Deixa que vai dar"
(para o co-piloto)

"Nós vamos sair dessa"
(para o co-piloto)

"Em cima, em cima"
(ao tentar recolher o trem de pouso para aumentar a aerodinâmica do avião)

"Meu Deus"
(a frase final")

As viagens das caixas-pretas
Brasil
31/10 - As duas caixas-pretas do avião (a que grava as vozes na cabine do piloto e a com 76 dados técnicos da aeronave) são localizadas por funcionários da TAM horas depois do acidente e levadas a Congonhas

1º/11 - Os peritos da Aeronáutica constatam danos nas conexões que permitem retirar os dados técnicos gravados de uma caixa-preta. À noite, eles escutam os trechos da caixa com as vozes em Congonhas

EUA
2/11 - As duas caixas e cinco peritos embarcam para Seattle (norte do EUA)
3/11 - Os peritos chegam a Seattle
4/11 - Começam os exames das caixas-pretas. à noite, os peritos passam informações por fax para a comissão de investigação no Brasil
5/11 - Os peritos e as caixas embarcam para Washington para sincronizar os dados das duas caixas-pretas

Holanda
As caixas deverão ser levadas para a reprodução do acidente em um simulador de vôo da Fokker, na Holanda

As dúvidas sobre o acidente
1- O que provocou a abertura do reverso durante a decolagem?
2- Por que o reverso abriu e fechou de forma cíclica?
3- O piloto podia ter evitado a queda do avião em 18 segundos?
4- Houve falha na manutenção, no projeto ou na fabricação da aeronave?
5- Qual era a velocidade horizontal e qual a velocidade vertical no momento em que o avião atingiu o solo?
6- Quais foram todos os procedimentos tentados pelo piloto para tnetar evitar a queda?
7- O fato de o trem de pouso estar abaixado contribuiu para a queda do avião?
8- Houve fadiga de material, ou seja, alguma peça apresentou defeito porque estava velha?
9- Qual o total de perda de potência que ocorreu em uma das turbinas?
10- Além do reverso, houve outras panes que motivaram a queda do Fokker-100?
11. O piloto sabia que o problema da turbina estava no sistema de reverso?

fontes: TAM e Ministério da Aeronáutica

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