São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Líderes estudantis divergem sobre provão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

Os atuais dirigentes da UNE (União Nacional do Estudantes) e o deputado federal Lindberg Farias (PC do B-RJ), ex-presidente da entidade, estão divergindo sobre a estratégia de combate ao provão do MEC (Ministério da Educação).
Lindberg Farias afirmou ontem que os estudantes inscritos para o exame, que acontece domingo, às 15h, vão enfrentar piquetes. "Domingo será um dia de guerra", disse o deputado, que vai participar das manifestações no Rio.
Segundo Lindberg, as manifestações estariam sendo organizadas pela UNE e por diretórios acadêmicos de faculdades.
O diretor para universidades públicas da UNE, Vladimir Camargos, 22, nega que a instituição apóie os piquetes. "Se alguém fizer piquetes no domingo, não será com a nossa ajuda".
O presidente da UNE, Orlando Silva Jr., estava em Minas Gerais e não foi localizado pela Folha.
Não é a única divergência entre o deputado e os líderes estudantis -boa parte deles também do PC do B, que domina a UNE há anos.
O deputado defende que os alunos façam o provão e o entreguem sem assinar. O objetivo seria evitar que empresas possam exigir as notas como critério de admissão.
"Sem identificação, não temos nada contra o provão. Quero propor uma solução", afirmou Farias.
A UNE divulgou ontem nota com a posição oficial da entidade, discordando. Segundo o texto, a não está negociando com o MEC nem está cogitando acordo.
A assessoria de imprensa da UNE disse também que em nenhum momento foi procurada pelo deputado para algum tipo de acordo.
Lindberg havia declarado que, após conversa com os estudantes, a solução "negociada" para o provão seria que os universitários não assinassem a prova.
A UNE diz que desconhece essa proposta e que continua com a campanha da prova em branco.

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