São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Exposição 'Mois du Graphisme' tem abertura hoje em Paris

Evento, agora bienal, acontece na cidade de Echirolles

CARLOS PERRONE
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM ECHIROLLES

Acontece hoje a abertura do Mois Du Graphisme em Echirolles, França, com a exposição Livros Objetos e Livros de Artista no museu Geo-Charles, dedicado às representações do esporte e que, curiosamente, guarda em seu acervo pinturas do pernambucano Vicente do Rego Monteiro.
Em sua sexta edição, o Mois du Graphisme (agora bienal), muito mais que uma exposição, é um encadeamento de mostras, performances, seminários e atividades didáticas que ocupam toda a cidade de Echirolles, vizinha pós-guerra de Grenoble, aprofundando questões da produção de design voltada ao cultural e ao social.
No Brasil e em São Paulo, há alguns anos, os então artistas gráficos, após vários debates, rebatizaram-se "designers gráficos".
Processo semelhante aconteceu em 1987, quando os profissionais do design reunidos no Etats Généraux de la Culture, em Paris, definiram "graphiste" como "generalista da forma visual que desenha -a partir de uma solicitação- os diferentes elementos gráficos de um processo de comunicação" e "graphisme", sua atividade.
No último "Mois du Graphisme", em 1994, tivemos cerca de 20 mil visitantes, profissionais e estudantes. Embora o evento tenha sido até agora basicamente europeu, já acolheu designers como Glaser, Fukuda, Rauch, Edelman, Tomaszevsky, Michel Bouvet, Pierre Bernard e hoje se abre para a América do Sul com a exposição "Sobre os Muros de Buenos Aires", que trata do período da ditadura militar argentina e suas consequência sobre os trabalhos gráficos.
Desde 1990, mais de 500 designers gráficos de cerca de 20 países apresentam trabalhos no grande evento da pequena "Echirolles".
Com olhar muito focado na cidade, na cidadania, no urbano, o Mois du Graphisme distingue-se por não ser sediado em espaço delimitado: as mostras acontecem em bibliotecas, na escola de música, em institutos culturais, liceus, quadras.
O percurso do visitante é o percurso da rede pública de cultura e educação da Ville D'Echirolles, que organiza o evento por meio de sua Direction des Affaires Culturelles, cujo diretor e criador do Mês do Grafismo, Diego Zaccaria, assim define as funções do empreendimento cultural: "Aprender a resistir à avalanche de imagens. Aprender a resistir pela imagem. Decifrar a magia da imagem é certamente o objetivo do 'Mois Du Graphisme'".
Traduzindo essa visão, salientamos C de Cartaz, com a participação de crianças de escolas primárias -uma merecida e esperada retrospectiva da obra de Savignac-, 70 cartazes internacionais relativos a teatro (Don Juan, MacBeth, Pai Ubu)- e mostras de moda e fotografia.

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