São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996 |
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'English Patient' leva Binoche ao Saara
LUCIA MARTINS
A solução de ingredientes inclui Juliette Binoche, Ralph Fiennes, locações no Saara e na Itália e uma história contada por flashbacks da Segunda Guerra Mundial. O resultado de um filme assim poderia ser medíocre, mas os realizadores de "The English Patient" (O Paciente Inglês) souberam misturar bem os seus ingredientes. O filme -uma co-produção de Estados Unidos e Inglaterra- é um daqueles feitos na tentativa de abocanhar estatuetas do Oscar. "Sabia que eu tinha tudo para fazer um filme perfeito. Pode não ter chegado à perfeição, mas ficou perto", disse à Folha o diretor Anthony Minghella. "Gosto da idéia de misturar nacionalidades, e o livro ajudou." Apesar de pouco conhecido, Minghella já ganhou vários prêmios por seus trabalhos em TV e em teatro. "The English Patient" é o seu terceiro filme -os dois primeiros foram "Truly, Madly, Deeply" e "Mr. Wonderful". Para "misturar as nacionalidades", Minghella -ele mesmo um inglês de origem italiana- dirigiu e adaptou o livro homônimo de Michael Ondaatje, nascido no Sri Lanka e radicado no Canadá. Chamou um produtor americano de origem russa, Saul Zaentz ("A Insustentável Leveza de Ser"), dois atores ingleses (Ralph Fiennes e Kristin Scott Thomas), uma francesa (Juliette Binoche) e um americano (Willem Dafoe). E colocou todos em 78 locações em Roma, Veneza, Tunísia, Argélia e no meio do Saara. "Pensei que fosse ficar louco tendo de administrar tantas locações, algumas acontecendo ao mesmo tempo, em locais tão diferentes", afirmou Zaentz. Ralph Fiennes, que já foi indicado a melhor ator coadjuvante por seu papel de comandante nazista em "A Lista de Schindler", é cotado para concorrer ao Oscar de melhor ator. Sua interpretação do explorador húngaro solitário e apaixonado é impecável. Kristin Scott Thomas ("Quatro Casamentos e Um Funeral") e Juliette Binoche são candidatas a levar indicações para melhor atriz. Binoche foi a primeira convidada por Minghella para fazer uma enfermeira canadense caridosa e sem esperança. "O difícil de ser enfermeira é a sua ligação com a morte", afirmou Binoche à Folha. Já Thomas se convidou para fazer o filme. "Eu tinha lido o livro e sabia, mais do que Minghella, que era a atriz ideal para fazer o papel. Por isso, liguei para ele e o convidei para almoçar", disse. O filme deve ser lançado no Brasil no início do ano que vem, assim como no Reino Unido. Nos Estados Unidos, a estréia está marcada para o próximo dia 15. Texto Anterior: Atriz tem papel secundário em comédia romântica Próximo Texto: Diretor quis mostrar dois tipos de amor Índice |
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