São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Peça desvenda universo masculino

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Há quem diga que o verdadeiro lar do homem é o bar, para desespero das esposas e namoradas.
Pois é exatamente em um que se desenrola a peça "Bar Doce Bar", montagem do Núcleo Zambelê que estréia hoje, às 21h, no teatro Ruth Escobar.
Escrito por Luís Alberto de Abreu e dirigido por Ednaldo Freire, o texto tem como personagem central o universo masculino.
Seis amigos se encontram, da adolescência à meia-idade, em um bar. Entre um copo de cerveja e outro, conversam sobre casamento, solidão, amizade e, claro, mulheres.
"O bar acaba sendo o grande divã dos homens, o reduto onde comemoram sua vitórias e choram seus fracassos", afirmou Freire, em entrevista à Folha.
Luís Alberto de Abreu, integrante da nova geração de dramaturgos brasileiros (autor de "O Livro de Jó" e "Burundanga", entre outras peças), classifica o espetáculo como uma "comédia reflexiva", que trata de assuntos importantes para ambos os sexos.
"Com as conquistas do ser humano, o homem se pergunta qual caminho seguir. Perplexo, ele não está conseguindo entender uma série de coisas", explica.
Sem hipocrisia
Segundo o diretor, Ednaldo Freire, "Bar Doce Bar" é uma boa oportunidade para as mulheres conhecerem melhor o comportamento masculino, "mostrado na peça sem o véu da hipocrisia".
Freire ressalta que o texto, apesar de humorístico, não perde a consistência nem "cai no besteirol": "O tema é tratado com muita graça e emoção".
Além dos "papos de botequim", a montagem conta com músicas tocadas ao vivo, característica do Núcleo Zambelê, que existe desde 1982 e já fez espetáculos como "Chimbirins e Chimbirons" e "Sexo, Chocolate e Zambelê".
As letras das canções, interpretadas pelos atores, são de Abreu (veja trecho ao lado). O elenco também apresenta coreografias, criadas por Augusto Pompeo.

Peça: Bar Doce Bar
Direção: Ednaldo Freire
Com: Clóvis Gonçalves, Aldo Avilez, Fausto Maule, Tico d'Godoy
Onde: teatro Ruth Escobar - Sala Gil Vicente (r. dos Ingleses, 209, tel. 011/289-2358)
Quando: quinta a sábado, às 21h; domingo, às 20h
Quanto: R$ 20

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