São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Acusada de cortar pênis fará exame

Juíza pede teste de sanidade mental

DO ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA (ES); DA REPORTAGEM LOCAL

A juíza da Vara da Infância e da Juventude do município de Serra (na Grande Vitória), Isabela Naumann, mandou que fosse feito ontem um exame de sanidade mental na estudante J.G.G.S., 17, que cortou o pênis do ex-namorado João Carlos Matos de Faria.
Naumann deferiu o parecer da promotora Márcia Jacobsen, que ainda não se convenceu da necessidade da transferência da estudante da instituição para menores onde está detida para uma clínica de tratamento mental.
J. seria analisada por uma equipe médica na noite de ontem. Se fosse constatada a urgência de sua transferência, iria então para o hospital da PM, em Vitória.
A informação sobre a decisão da juíza, que saiu no início da noite de ontem, foi do advogado de J., José Maria Ramos Gagno, 53, que pediu a transferência da estudante para uma clínica especializada em tratamento mental.
Segundo Gagno, na tarde de terça-feira J. foi contida quando estaria se preparando para se enforcar com um lençol preso a uma grade de sua cela.
Para a promotora, mesmo que essa versão seja verdadeira, a estudante poderia estar dando vazão ao pânico que sentiu por estar na Unip (Unidade de Internação Provisória) do município de Cariacica (na Grande Vitória).
Ontem, por medida de segurança, a coordenadora da Unip, Sanilda Faustino dos Santos, transferiu duas menores para a cela de J., para que avisassem caso a estudante tentasse algo contra a própria vida.
O advogado afirmou que J. tem problemas mentais e que a Unip não oferece condições para um tratamento adequado. Segundo ele, a estudante "é agressiva e tem deficiência mental".
Premeditação
A família de João Carlos Mattos de Faria divulgou ontem uma nota em que nega o consumo de drogas durante a permanência dos dois no motel Status, onde ocorreu o crime, e levanta suspeitas sobre uma possível premeditação.
Segundo a nota, J. insistira no "encontro de despedida" no motel, e a faca usada para cortar o pênis teria sido escondida por ela no colchão. O advogado de F. diz que ela encontrou a faca no local.

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