São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Rebelião de presos em Mogi das Cruzes acaba depois de 4 dias

47 dos 395 detentos devem ser transferidos a partir de hoje

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os detentos da Cadeia Pública de Mogi das Cruzes (50 km a leste de São Paulo) aceitaram a proposta da diretoria do presídio e acabaram com a rebelião que durou quatro dias.
A solução encontrada foi a transferência de 47 dos 395 detentos que hoje se amontoam em nove celas. A cadeia tem capacidade para abrigar, no máximo, 66 pessoas.
Serão transferidos dez homens para a Penitenciária de Hortolândia, 14 para a Penitenciária do Estado, 12 para a Colônia Penal Agrícola do Tremembé e 11 para a Colônia de Mongaguá.
"Vamos começar a transferência amanhã (hoje) e devemos terminar no meio da próxima semana", disse o diretor da cadeia, Tadeu Oliveira, 45.
Os presos, que haviam prometido um quebra-quebra na carceragem caso não tivessem suas reivindicações aceitas, aceitaram a proposta. Mas ontem pela manhã o clima ficou tenso na cadeia.
Às 7h45, alguns detentos ameaçaram quebrar as grades da carceragem. A diretoria pediu reforço policial. "Ainda bem que os presos aceitaram a proposta e não quebraram tudo, pois havia um efetivo pequeno e não íamos conseguir segurar a moçada", disse um policial que não se identificou.
"A transferência facilita muito, mas não resolve o problema. Continuamos apertados nas celas", afirmou Marcos Antônio Pinheiro, 21, um dos líderes da rebelião.
Os presos dormem em turnos, pois não há espaço para todos -cerca de 40- ficarem deitados no chão das celas, de apenas 5 m2. Muitos optam por redes, amarradas nas grades.

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