São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996 |
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Icatu descarta administrar Bamerindus
CARI RODRIGUES
"Não estamos interessados em administrar ou gerir o Bamerindus, mas em sermos consultores para preparar o novo modelo societário do banco", disse ontem à Folha o diretor Jurídico do Icatu, Alarico Silveira Neto. A notícia de que o Icatu seria o novo gestor não foi confirmada pelo Bamerindus em nota à Bolsa de São Paulo, onde suas ações ficaram suspensas até as 14h30. Segundo Silveira, o Icatu terá também a responsabilidade de encontrar um grupo de interessados em assumir o controle acionário do Banco Bamerindus. O Icatu quer garantia contratual de que fará apenas o papel de consultor e assessor. A Folha apurou que o banco carioca quer que fique assegurado em uma cláusula do contrato que não tem responsabilidade como administrador, caso aconteça um problema financeiro, como fechamento ou aplicação do Regime de Administração Especial Temporária no Bamerindus. As negociações ainda estão em andamento, e não existe data para fechamento do contrato. O negócio deve ter a autorização da diretoria do Banco Central. No caso de o Icatu ser contratado como consultor, Andrade Vieira seria afastado do banco. Ele já concordou em fazer a transferência do controle acionário do Bamerindus. O Icatu é o banco preferido por Andrade Vieira para fazer a transferência acionária. O Banco Pontual, do Rio de Janeiro, disse ontem que não foi convidado para ser consultor do Bamerindus, e a assessoria de imprensa do Pactual informou que a "diretoria ainda não se pronunciou sobre o assunto". O convite teria sido feito ao presidente do Pontual, José Bahia Sobrinho. Ontem, ele disse à Folha que não recebeu convite nenhum, seja do Bamerindus ou do BC. Pelas tratativas entre o Bamerindus e o Icatu, o banco carioca teria dois anos para mudar o controle acionário do banco paranaense. O BC tem o papel, dentro da estratégia de tirar o Bamerindus de suas dificuldades, de procurar especialistas que vão mudar a imagem do banco, prestar serviço de administração, supervisão de crédito e fluxo de caixa. Os consultores formarão uma empresa que o mercado chama de Special Paper Company. Após a transferência do controle, o Bamerindus poderá ter acesso a uma linha do Proer (programa que incentiva a incorporação de bancos) para reestruturação. O Bamerindus está tomando empréstimos diários de R$ 1,2 bilhão. Texto Anterior: CEF recebe 47 mil inscrições no país Próximo Texto: Aposentado receberá 13º salário com atraso Índice |
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