São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Em Belo Horizonte, Itamar apóia o PSB para fazer frente ao presidente

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

FERNANDO GODINHO
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Objetivo da iniciativa é demonstrar incompatibilidade com o governo de Fernando Henrique

O ex-presidente Itamar Franco decidiu se aproximar do candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Célio de Castro, como forma de se diferenciar cada vez mais do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Castro tem larga vantagem sobre o seu adversário Amílcar Martins, do PSDB -partido de FHC e do governador de Minas, Eduardo Azeredo. Segundo o Datafolha, Castro tem 67% das intenções de voto, contra 19% de Martins.
A aproximação entre Itamar e Castro se tornará explícita no próximo sábado, quando representantes do candidato irão a Juiz de Fora (MG) dar apoio à posição do ex-presidente contra a venda da Companhia Vale do Rio Doce.
"Eles são amigos, companheiros e têm muitas idéias em comum", disse o coordenador da campanha do PSB, Antônio Faria.
"Itamar apóia Célio", atesta o deputado federal Raul Belém (PFL-MG), um dos parlamentares mais próximos do ex-presidente.
Itamar e Célio de Castro mantêm conversas telefônicas regulares desde o primeiro turno da eleição.
A Folha apurou que os dois conversaram sobre temas nacionais que foram discutidos na eleição municipal de Belo Horizonte: desemprego, política salarial do funcionalismo e neoliberalismo.
Dois encontros chegaram a ser marcados, mas não aconteceram: um em Juiz de Fora e outro no Rio de Janeiro.
No primeiro, não havia condições de pouso para o avião que levaria o socialista a Juiz de Fora. No segundo, a agenda da campanha impediu a presença de Castro.
A aproximação entre os dois políticos também tem implicações na política mineira.
Sem partido, o ex-presidente apóia o candidato do PMDB na sucessão de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado. Em Belo Horizonte, o PMDB participa da coligação que apóia a candidatura de Castro.
A aproximação de Itamar com o PMDB é uma forma de ele ter a legenda como uma opção para uma eventual disputa à Presidência da República, em 1998.

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