São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Mais de uma falha teria causado queda

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda do Fokker-100 da TAM em São Paulo, no dia 31 de outubro, deve ter sido causada não por uma, mas por várias falhas conjuntas, segundo apurou a Folha junto ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Mas é normal ocorrer acidentes em que ocorrem seis ou sete falhas simultâneas ou seguidas.
Por enquanto, a comissão que investiga o acidente ainda está estudando a hipótese de falha de componentes do avião.
Segundo o tenente-coronel Flávio Lúcio Sganzerla, do 4º Comando Aéreo Regional, só quando esgotada essa hipótese é que se estudará possíveis falhas do projeto do avião.
Os procedimentos da tripulação estão sendo analisados pelos testes no simulador do F-100 que estão sendo realizados na Holanda, na sede da Fokker, empresa fabricante do avião.
Componentes
A hipótese de falha de componente está sendo investigada pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial).
Atualmente, os técnicos procuram possíveis falhas no relé -interruptor elétrico- que aciona o reverso do motor do Fokker-100.
Outra suspeita de falha diz respeito ao solenóide -dispositivo que aciona mecanicamente a válvula hidráulica responsável pela abertura do reverso.
O reverso é considerado por todas as equipes de investigação do acidente como um dos responsáveis pela queda do avião. O reverso teria aberto sem acionamento do piloto durante a decolagem.
Em condições normais, o reverso só deve ser usado durante os pousos e somente se for acionado da cabine.
O reverso é uma espécie de marcha a ré da aeronave e é utilizado como freio aerodinâmico. Quando acionado, duas conchas fecham a saída do jato da turbina, que é revertido para a frente, freando o avião.
Projeto
Uma vez analisadas as peças, os técnicos partirão para a análise do projeto, coisa que já está sendo feita pelos técnicos da TAM e de outras empresas que operam com o Fokker-100.
Uma dos problemas apontados pelos estudos feitos até agora por essa equipe é que o defeito, mesmo que provocado por falha de componente, superou diversos dispositivos de segurança da aeronave.

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