São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RJ fechou delegacia antitortura

DA SUCURSAL DO RIO

A delegacia que apurava crimes de torturas praticadas por policiais no Estado do Rio foi fechada há um ano pelo chefe de Polícia Civil, delegado Hélio Luz.
Um dos motivos do fechamento foi o fato de o trabalho desenvolvido pelos policiais da Delegacia de Repressão à Tortura ter sido considerado ineficiente por Luz.
"O resultado era zero", disse o chefe de Polícia Civil, ontem. A delegacia havia sido aberta em 1994, pelo então secretário de Polícia Civil e vice-governador, Nilo Batista.
Luz afirmou que nunca concordou com o funcionamento de uma delegacia destinada exclusivamente a investigar a prática de torturas e abusos de autoridade por policiais. "Fechei porque era uma coisa demagógica", afirmou o chefe de Polícia Civil.
Luz declarou que, em sua gestão, a violência contra os presos diminuiu. "Não posso dizer que não haja, mas que reduziu bastante, reduziu", disse Luz, que apresentou um terceiro motivo para o fechamento da delegacia.
Crimes praticados contra presos já são investigados pela Divisão de Assuntos Internos da Corregedoria de Polícia Civil. "Eram dois órgãos fazendo a mesma coisa", disse Luz, para quem "não é difícil acabar" com a tortura policial.
A receita antitortura do chefe de Polícia Civil é a seguinte: "Indicia, autua em flagrante, tira a arma e a carteira". Para Luz, os policiais sabem que "vão ser punidos" se praticarem torturas. "Por isso eles não fazem", afirmou.

Texto Anterior: Entenda o caso do bar Bodega
Próximo Texto: Médico do Paraná sonha com o Nobel
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.