São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996 |
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Museu da Casa Brasileira expõe 10º Prêmio
MARA GAMA
Serão anunciados na abertura da mostra os ganhadores das sete categorias do prêmio. Três novidades marcam esta edição: a inclusão da categoria ensaio crítico; o selo do prêmio, que passa a "autenticar" os objetos que passaram da primeira eliminatória, e a exposição de fotos de todos os objetos concorrentes. "Com as fotos, ficam evidentes os critérios da comissão julgadora", diz Mariah Villas Boas, coordenadora da exposição. "O selo é mais um incentivo à participação. Neste ano, tivemos 343 inscritos", afirma Mariah. Também hoje será lançado o livro-catálogo que documenta os dez anos de existência do prêmio (leia texto nesta página) com 160 imagens de objetos. A seleção deste ano reafirma direções do prêmio, como a preocupação com a produção industrial, a pesquisa de materiais e o destaque a objetos com lastro regional. Uma cabine de elevador produzida pelos designers Nelson Petzold, José Bonancini e Paulo Muller impõe o cenário de Ernesto Tuneu, com parquets que suportam os objetos em vários planos. Máquina de costura, máquina de lavar, estojo para escova de dentes, forno elétrico, válvula de descarga e microcomputador também têm espaço na mostra e denotam a presença da equipes de design das indústrias. Como destaque em novos materiais, há um tapete com fibra de bananeira. Deve chamar a atenção a louça especialmente desenhada para o barreado paranaense. Apesar de não serem as estrelas, cadeiras e luminárias marcam presença com a série Grillo, com as linhas apuradas de Pedro Useche, e a chaise-longue em concreto de Roberto Stickel. As luminárias Pirilampa, em várias cores, mostram desenho eficaz e humor. Outro destaque em mobiliário é o conjunto modular para quarto de criança. Concorre na categoria ensaio crítico o cuidadoso estudo de Maria Cecilia Loschiavo dos Santos, "Móvel Moderno no Brasil", editado por Edusp, Fapesp e Studio Nobel no ano passado. Uma sala especial é dedicada à mais recente produção do designer de móveis Michel Arnoult, francês radicado no Brasil desde 1951 e autor da série "Peg-Lev", do início dos anos 70. Arnoult foi um dos criadores da Mobília Contemporânea, uma das pioneiras da fabricação de móveis em série, a preços baixos e com elementos versáteis de fácil encaixe e combinação. Analisando os concorrentes com os de outras edições, a crítica Adélia Borges considera que a produção brasileira caminha para uma preocupação maior com aspectos ecológicos e regionais: "Depois de um período de supremacia da forma, tendência do design internacional que teve muito eco no Brasil, há mostras de preocupação com vínculos regionais". (MG) Mostra: 10º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira Coordenação: Mariah Villas Boas Projeto da exposição: Ernesto Tuneu Onde: Museu da Casa Brasileira (av. Brig. Faria Lima, 774, Jardins, tel. 011/210-2564) Quando: de 14 de novembro a 31 de janeiro de 1997 Abertura: hoje, às 20h Texto Anterior: Aqui, tudo é mercado e privilégio a um só tempo Próximo Texto: Livro faz panorama do design brasileiro Índice |
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