São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Brasil é 6º em trabalho infantil, diz OIT

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

O Brasil está em sexto lugar no ranking mundial de trabalho infantil, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A entidade estima que 16% das crianças brasileiras trabalham em período integral ou parcial.
O relatório foi divulgado anteontem e traz dados de 1995. O Brasil divide o sexto lugar com a Guatemala e a Tailândia. Índia e China estão em sétimo e oitavo lugares. O Quênia lidera a lista, com 40% de crianças que trabalham.
A OIT, que é um órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), estima que 250 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalham nos países em desenvolvimento.
Desse total, 120 milhões trabalham em período integral e outros 130 milhões em período parcial.
Grande parte do trabalho infantil se dá em condições adversas ou perigosas. Entre as perigosas estão o trabalho em minas, na indústria de fósforos e na pesca em grandes profundidades sem proteção.
Levantamento feito pela OIT nas Filipinas mostra que, entre crianças que trabalham no país, 60% estão expostas a substâncias químicas perigosas e 40% apresentam doenças ou lesões.
Outro estudo desenvolvido durante 17 anos na Índia indica que as crianças que trabalham têm estatura e peso inferiores em relação às que apenas frequentam escolas.
O estudo constatou que a presença de meninas é mais comum nos serviços domésticos e, a dos meninos, em áreas como construção, agricultura e indústria.
O relatório faz referência a iniciativas bem-sucedidas adotadas para combater o trabalho infantil.
No Brasil, a OIT cita o caso do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina (PE). A entidade criou uma espécie de escola informal, que ensina as crianças a trabalhar com hortas e as prepara para receberem educação formal.

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