São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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FHC garante verba a Estados, diz Azeredo

Promessa teria sido feita a governador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), disse ontem ter obtido do presidente Fernando Henrique Cardoso a promessa de que "boa parte" dos recursos da venda da Companhia Vale do Rio Doce será aplicada em infra-estrutura nos Estados.
Azeredo disse que não concorda com a destinação integral dos recursos para reduzir o endividamento da União, defendida pela equipe econômica.
O governador conta com o apoio dos colegas de Sergipe, Espírito Santo, Pará, Bahia e Maranhão, Estados onde a companhia atua.
A proposta de destinar parte dos recursos da privatização aos Estados chegou a ser formalizada no Senado, quando parlamentares alteraram o texto de um projeto do petista José Eduardo Dutra (SE), que submetia a privatização à prévia autorização do Legislativo.
Inconformado com as mudanças, Dutra retirou o projeto de pauta, o que obrigou Azeredo a modificar sua estratégia e concentrar o lobby junto a FHC.
Ontem, o governador obteve outra garantia de FHC: a de que será preservado o chamado "fundo de exaustão"- fundo para obras nas cidades em que a Vale opera. Neste ano, o governo mineiro já obteve R$ 8 milhões do fundo para aplicação em obras de infra-estrutura.
O Conselho Nacional de Desestatização marcou para fevereiro de 97 o leilão da Vale, mas dificilmente o prazo oficial será cumprido.
Tasso
O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), criticou ontem a proposta de aplicação de 50% dos recursos obtidos com a Vale nos Estados onde a empresa atua.
"Um Estado que já teve investimentos da Vale é um privilegiado. Se ainda receber indenização, será duplamente privilegiado", disse.
O comentário foi feito ao saber que Azeredo -que participava com ele de cerimônia em Brasília- reivindicara novamente parte da verba do leilão da empresa.
"A destinação desses recursos é polêmica. Vários Estados gostariam de ter investimentos da Vale e não têm", afirmou Jereissati.
O valor total da empresa é estimado em US$ 6 bilhões. A privatização é considerada essencial pelo governo federal, que pretende utilizar os recursos para diminuir o rombo nas contas públicas.

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