São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996 |
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Dados sobre operações financeiras feitas por Pitta "somem" no Senado CARI RODRIGUES CARI RODRIGUES; VIVALDO DE SOUSA
Um documento do Ministério da Fazenda sobre operações da Prefeitura de São Paulo com títulos municipais "desapareceu" ontem na burocracia do Senado. A documentação, solicitada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), serviria para esclarecer se houve ou não irregularidade na transação de compra e venda de LFTMs (Letras Financeiras do Tesouro Municipal) no final de 93. Sob o comando de Celso Pitta, a Secretaria Municipal de Finanças teria resgatado em dezembro daquele ano R$ 53.504.676,15 em LFTMs. No mesmo dia, os títulos foram vendidos por R$ 51.743.651,50. A operação teria causado um prejuízo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. Segundo Suplicy, o documento do Ministério da Fazenda desapareceu após ter sido entregue à 1ª Secretaria do Senado, chefiada por Odacir Soares (PFL-RO). O texto, de quatro páginas, foi entregue às 19h na 1ª Secretaria pelo assessor parlamentar-adjunto do Ministério da Fazenda, Francisco Aníbal Coelho. A documentação teria sido retirada do Senado por assessores de Soares, de acordo com o petista. A Folha tentou falar com Odacir Soares no seu gabinete e em sua casa, mas não foi encontrado. Suplicy fez uma verdadeira maratona pela Casa atrás do texto. Primeiro, foi ao secretário-geral da Mesa, Raimundo Carrero. Foi informado que o documento, elaborado pelo Banco Central, tinha sido entregue pelo Ministério da Fazenda à chefe de gabinete da 1ª Secretaria da Mesa do Senado, Analice Pinheiro. Suplicy dirigiu-se, então, à 1ª Secretaria. Lá, soube que a documentação realmente tinha sido entregue à Analice. Só que a funcionária já havia sido levada para casa por um carro da segurança do Senado por volta das 19h30. O petista foi ao Ministério da Fazenda tentar obter uma cópia. Às 21h, o secretário-executivo da Fazenda, Pedro Parente, informou-lhe que o documento havia sido entregue e que, agora, era um problema do Senado. Suplicy chegou a telefonar ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que ligou de volta às 19h45. FHC teria lhe dito que falaria com o chefe da assessoria parlamentar do Ministério da Fazenda, Hugo Braga, para mandar uma nova cópia do documento. Mas, na reunião com Pedro Parente, Suplicy foi informado de que o ministério não tinha autorização para dar-lhe nova cópia. Às 21h10, o senador foi à casa de Analice. Não a encontrou. Às 21h45, dirigiu-se à residência de Odacir Soares, que não estava. Texto Anterior: Júnior fez coleção de bonés dos adversários Próximo Texto: Júnior fez coleção de bonés dos adversários Índice |
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