São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996 |
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Saúde, junto com violência, volta ao topo das preocupações dos paulistanos
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Mesmo assim, ela ainda é o maior problema da cidade, na visão de seus habitantes. Com a queda, a questão da segurança volta a se aproximar da média histórica de preocupação dos paulistanos com o tema, em torno de 10% -percentual constatado na pesquisa de abril deste ano. Tudo indica que a violência só chegou, em agosto, a 29% de citações como o principal problema de São Paulo por causa do espaço dedicado ao tema pela mídia. O noticiário policial cresceu após o assassinato de dois jovens de classe média em Moema (zona sul). No período em que aumentou a preocupação da população com o tema, as estatísticas sobre assassinatos na cidade, por exemplo, chegaram a apontar uma pequena queda no número de crimes. Saúde Com a queda da insegurança, a saúde voltou ao topo do ranking de problemas municipais -status que manteve ao longo de praticamente toda a administração de Paulo Maluf. Com 16% de citações, a saúde está tecnicamente empatada com a violência. A oscilação de mais dois pontos percentuais de uma pesquisa para a outra mostra a preocupação dos paulistanos com o atendimento que recebem em hospitais e postos de saúde. Apesar da avaliação positiva do PAS, boa parte da população está insatisfeita com o serviço. O programa municipal, que se apresenta como alternativa ao SUS (Sistema Único de Saúde), começou a ser implementado este ano. A preocupação dos paulistanos com a saúde também pode ser notada em outros itens da pesquisa feita pelo Datafolha: o tema caiu de 12% para 9% no ranking de áreas em que o prefeito Paulo Maluf teve seu melhor desempenho. A saúde é também a prioridade máxima que, na opinião de 45% dos paulistanos, deveria ser adotada pela próxima administração. A seguir aparecem educação (42%), segurança (26%), moradia e transporte coletivo, ambos com 22%. Obras Maluf acabou sendo reconhecido por suas obras viárias. Na opinião de 19% dos moradores de São Paulo, o prefeito teve seu melhor desempenho no trânsito. É o maior percentual obtido por ele. E não foi por acaso: desde a sua posse, o prefeito gastou pouco mais da metade de todo o seu orçamento de investimentos em apenas 15 grandes obras viárias. Foram cerca de R$ 3 bilhões em intervenções como os túneis sob o rio Pinheiros e o parque Ibirapuera, as avenidas Água Espraiada e Jacu-Pêssego, e o sistema mini-anel viário, na zona sul. Curiosamente, apesar dos 19% que gostaram o desempenho da administração em relação ao trânsito e dos 16% que citaram o calçamento/asfaltamento de buracos como maior êxito da gestão malufista, os congestionamentos aumentaram e a velocidade média na cidade diminuiu nos últimos anos. Lentidão A lentidão no trânsito é fruto do aumento do número de veículos em circulação na cidade. Os especialistas atribuem isso, por um lado, ao real e o preço baixo dos combustíveis, e, por outro, ao estímulo ao transporte individual dado pela construção de novas vias. Na outra ponta da linha, o transporte coletivo aparece como o terceiro pior problema da cidade, segundo a população. Com 11% de citações, o tema cresceu três pontos percentuais na preocupação dos paulistanos desde agosto. Com a volta das chuvas, as enchentes voltaram a ganhar destaque entre os problemas da cidade. De 2%, passaram a 8% de citações. Texto Anterior: Prefeitos de quatro capitais dão conselhos sobre trabalho e lazer a seus sucessores Próximo Texto: 2.100 foram entrevistados Índice |
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