São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Composição de secretarias de Pitta prevê dois anos de "tutela" de Maluf

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf vai "tutelar" pelo menos os dois primeiros anos do provável governo de seu afilhado Celso Pitta.
O acerto entre Maluf e Pitta compreende até a manutenção dos principais secretários do atual prefeito na quase certa equipe do candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo (leia quadro abaixo).
O raciocínio da tutela é óbvio: Maluf acha que o desempenho da administração Pitta é fundamental para qualquer pleito que dispute em 98.
A formação do secretariado está sendo conduzida pessoalmente por Maluf, embora Pitta venha sendo consultado.
Maluf fez questão, principalmente, de bancar quatro nomes: Reynaldo de Barros (Vias Públicas), Lair Krahenbuhl (Habitação), Roberto Paulo Richter (Saúde) e Edevaldo Alves da Silva (Governo).
Krahenbuhl e Richter são os responsáveis, respectivamente, pelo Projeto Cingapura e o PAS, idéias que Maluf pretende explorar como cartão de apresentação na campanha eleitoral de 98.
Eid
A permanência de Richter no PAS significa um revés do grupo do empresário Calim Eid, eminência parda do malufismo. Richter e Eid são velhos adversários.
Eid sofreu outro revés com a definição de que o governo de transição, caso Pitta confirme amanhã a vitória desenhada nas pesquisas de opinião, funcionará na sede da prefeitura paulistana (região central da cidade).
O grupo de Eid queria levar Pitta para um escritório no bairro de Pinheiros. O local abriga hoje os organizadores da campanha de rua de Pitta, todos ligados a Eid.
O objetivo da ala do empresário, quando lutou para levar a sede do governo de transição para Pinheiros, era fazer um "filtro" nas conversas que, se eleito, Pitta fará antes de anunciar seu secretariado.
Eid, é claro, nega que tenha interesse na formação do secretariado de Pitta. "Nos últimos meses, só falei com Pitta umas cinco vezes e assim mesmo pelo telefone", afirma Eid, que na disputa interna do malufismo foi o cacique que desde o início bancou o nome de Pitta.
O empresário, que continua sendo homem de confiança de Maluf, não nega, porém, que gostaria de participar das discussões sobre a equipe de Pitta. "Não é hora ainda de discutir secretariado. Mas, se amanhã for consultado, darei minha opinião", declara.
Qualquer
Um problema que está sendo enfrentado por Maluf é contornar a resistência no PPB que surgirá com a informação de que o PFL será contemplado com quadro cargos no primeiro escalão.
Oliveira, com um pé na Secretaria de Negócios Jurídicos, apresentou um plano a Pitta que prevê a ampliação de poderes da pasta.

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