São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Leia íntegra do comunicado

Aos senhores pais e alunos do Colégio Rio Branco da Granja Viana:
Assunto: Falecimento do aluno da 3ª série do 1º grau, Guilherme Moreira Pires.
Para que não chegue distorcida ou incompleta a informação sobre a ocorrência trágica do falecimento de nosso querido aluno, fazemos os seguintes esclarecimentos:
Ontem, dia 12 de novembro, por volta de 15h30, terminada a aula de educação física na piscina, enquanto os alunos se retiravam, como é de praxe, o aluno Guilherme voltou a ela.
Nesse ínterim, o professor estava atendendo, ao lado da piscina, um aluno lesionado, quando foi advertido de que havia alguém na água, próximo à borda, com o corpo imerso.
De imediato, retirou-o da água e passou a prestar os primeiros socorros, massagem cardíaca, respiração boca a boca, auxiliado por outros colegas da área.
Como o colégio mantém dois médicos, um para cada período, o dr. Flávio Guerra foi chamado, rapidamente compareceu ao local munido de todos os aparelhos necessários aos socorros.
Segundo o médico, dada a proximidade do ambulatório à piscina, o tempo despendido entre a chamada e o início do atendimento foi de aproximadamente dois minutos.
Foram realizados os seguintes procedimentos médicos: massagem cardíaca externa, drenagem parcial do material que obstruía suas vias respiratórias aéreas, composto por fragmentos alimentares não-digeridos em grande quantidade, seguida de entubação orotraqueal.
Quando o médico iniciou o atendimento, o aluno não apresentava movimentos respiratórios, nem batimentos cardíacos, e sim cianose labial e as pupilas dilatadas com reação a estímulos.
O socorro durou por volta de 20 minutos, pois o médico, pelas condições do paciente e por sua experiência, achava que poderia reanimá-lo.
Infelizmente todos os esforços foram baldados e o óbito do aluno foi constatado às 16h.
É importante esclarecer que o Guilherme não produziu na água nem um sinal de pânico ou manifestação de pedido de socorro, fatos normais nesses casos.
Convém salientar o diagnóstico da "causa mortis" do IML em Cotia, após a necrópsia: "asfixia mecânica obstrutiva - afogamento".
Foi chamado o Corpo de Bombeiros que logo chegou para a eventual necessidade de resgate.
Um pai de aluno, dr. Antonio Amaral Filho, médico ortopedista, esteve presente em boa parte das providências.
Esclarecemos aos pais que as aulas de educação física na piscina são ministradas pelos respectivos professores especialistas, com a presença da professora titular da classe e com permanente rodízio dos outros professores da área no espaço da piscina que tem 1,50m de água em sua profundidade em toda a sua extensão.
A assistência ao aluno falecido foi prestada até a liberação do corpo pelo IML e à família, desde socorros imediatos até providências para o sepultamento, de ontem até as 2h30 de hoje, e continuará enquanto for necessária.
A fundação, por sua diretoria e pelo sr. Rodrigues, responsável nesta unidade pela administração, os diretores do colégio e todo o seu corpo docente e discente prestam esses esclarecimentos aos pais e declaram seu grande pesar aos familiares de nosso falecido aluno a que se associam todos os funcionários administrativos.

Diretoria e departamento médico.

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