São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Marrey diz que promotor foi 'profissional'

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, disse ontem que o Ministério Público agiu "profissionalmente" no caso Bodega.
"O promotor que acompanhou o caso (Eduardo Araujo da Silva) fez a análise das provas colhidas, não à luz da pressão social", afirmou Marrey.
O então delegado titular do 15º DP (Distrito Policial), no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo), responsável pela primeira investigação, João Lopes Filho, acusou nove homens e os prendeu 15 dias depois do crime, ocorrido no dia 10 de agosto deste ano.
No entanto o promotor Silva apurou que não havia provas consistentes contra os acusados e que alguns teriam confessado o crime mediante tortura na delegacia. Os primeiros acusados foram soltos no mês passado. O delegado nega que tenha havido torturas.
"O que não pode ocorrer é deixarmos de lado as provas para obtermos a condenação de alguém", disse o procurador-geral, o chefe do Ministério Público paulista.
Sobre a crítica de setores da sociedade à libertação dos primeiros acusados, Marrey afirmou que "não se deve ceder à aplicação da vingança quando o dever é aplicar a Justiça".
Marrey disse que o Ministério Público continuará exercendo o controle externo da Polícia Civil de São Paulo, conforme foi determinado há um mês por um ato normativo da Procuradoria Geral de Justiça.
O sindicato dos delegados de São Paulo rechaçou o acompanhamento do promotor Eduardo Araujo da Silva no caso Bodega, alegando que a ingerência era inconstitucional.
O secretário da Segurança, José Afonso da Silva, se manifestou contrário ao controle externo da polícia.
Silva considerou "ilegítimo" o ato em um documento enviado a Marrey.

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