São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Balas perdidas já atingiram 71 pessoas no Rio este ano

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Mais três pessoas -todas menores- foram atingidas por balas perdidas no Rio. Um adolescente paulistano foi ferido na noite de anteontem no quilômetro 2 da estrada Grajaú-Jacarepaguá, próximo ao morro da Cotia (zona norte). Ele estava com um amigo, atingido na cabeça.
Ontem à tarde, no Méier (zona norte) um menino de 10 anos foi atingido no rosto por uma bala. Bruno Mota dos Santos, 15, morador de Itaquera (zona leste de SP), estava na beira da estrada quando uma bala atravessou seu peito, perfurando o pulmão direito.
Marcelo Silva Costa, 14, amigo de Bruno, foi atingido na cabeça por outra bala, que se alojou no crânio. Ele está em coma profundo. Ambos foram internados no hospital do Andaraí.
A hipótese mais provável, segundo a polícia, é que os projéteis tenham sido disparados durante tiroteio entre supostos traficantes do morro da Cotia.
Ontem à tarde, o menino Fábio de Souza, 10, foi atingido no rosto por uma bala calibre 38 numa rua do Méier (zona norte). Ele foi socorrido no hospital Salgado Filho, mas deve ficar com o rosto deformado. Com os três casos, chegou a 71 o número de vítimas de balas perdidas no Rio em 1996.
Cirurgia
Ontem de manhã, Marcelo Silva Costa foi operado, mas os médicos não retiraram a bala de sua cabeça. A bala entrou pela região frontal, do lado esquerdo e se alojou do lado direito. A cirurgia serviu para a limpeza do ferimento e a reconstituição dos tecidos afetados.
Segundo o diretor do hospital, Naylor Grave de Andrade, só quando o rapaz sair de coma será possível saber as sequelas.
Já Bruno não deve ter complicações por causa do ferimento. Ele está sofrendo drenagens no pulmão para a retirada de sangue.
Marcela Magessi Brandão, 12, atingida anteontem na perna direita por uma bala perdida quando brincava numa rua da vila em que mora, no Andaraí, esteve ontem no mesmo hospital para a retirada do projétil.
A polícia suspeita que a bala, de 9 mm, tenha partido do morro da Cotia e descrito uma trajetória parabólica -estaria caindo, após um disparo para o alto, quando atingiu Marcela.
A mãe da menina, Virgínia Magessi Brandão, disse que a família vai se mudar do local.

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