São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Polícia prende suposta cúmplice do crime

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu ontem Zeli Salete Vasco, 31, acusada de participação no crime do bar Bodega, em 10 de agosto passado, em Moema (zona sul de São Paulo).
Ela é a terceira pessoa presa no caso. Duas estão foragidas. Os cinco são os novos acusados do crime, após a libertação de outros nove, três dois quais disseram ter confessado o crime sob tortura.
No assalto morreram a estudante de odontologia Adriana Ciola e o dentista José Renato Tahan.
Zeli não foi beneficiada pela lei eleitoral que proíbe a prisão, não em flagrante, de pessoas durante o período da eleição porque ela vota em um município do Rio Grande do Sul, onde não terá segundo turno (leia texto abaixo).
Esta semana foram presos Sivanildo de Oliveira Silva, 36, o Nildinho, e Sandro Márcio Olímpio, 24, o Gaguinho. Estão foragidos dois homens conhecidos somente pelo apelido ou sobrenome: Bastos e Alemão.
Segundo o delegado Wagner Giudice, da equipe especial do DHPP, o depoimento de Zeli confirma os dois primeiros depoimentos e reforça a convicção da polícia de que foi esta quadrilha que realizou o crime no bar Bodega. "Ela contou que o Gaguinho foi quem atirou no dentista", disse Giudice.
A participação de Zeli foi como motorista do grupo. Após o crime os cinco se reuniram no bar Risca Faca, no centro.
"A minha participação foi só no carro. Não sabia que haveria um assalto", disse Zeli. Ela contou que ficou sabendo que o Gaguinho teria atirado no dentista no bar Risca Faca. "Você é louco, cara, deu dois tiros nas costas do cara", teria dito um dos integrantes do grupo ao Gaguinho, no bar Risca Faca, segundo a acusada.
Segundo Zeli, ela havia saído para fazer um programa com Nildinho, de quem disse estar grávida de dois meses.
Zeli se apresentou ontem no 54º DP, na Cidade Tiradentes (zona leste), e foi levada ao DHPP. Segundo o delegado Giudice, ela resolveu se entregar porque "não aguentava mais o cerco policial".
Além disso, ela não teria conseguido R$ 40 mil cobrados por um advogado para defendê-la.
Ele disse que durante cinco dias Zeli ficou escondida na casa de uma amiga no centro da cidade. "A maior parte do tempo no porão da casa", afirmou ele.
Embora não tenha estado dentro do bar Bodega, Zeli foi indiciada por latrocínio (roubo seguido de morte). "Ela participou do crime. O máximo que pode ocorrer é o juiz determinar uma pena menor para Zeli", afirmou Giudice.
Zeli vai ficar presa temporariamente no 89º DP, no Jardim Taboão (zona sul).

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