São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Grávida morre prensada por elevador

DA REPORTAGEM LOCAL

A repositora de estoques Fabiana Bianca da Silva, 21, morreu ontem, às 12h30, prensada por um elevador de carga entre dois andares da loja das Casas Bahia na avenida Nossa Senhora da Lapa, na Lapa (zona oeste de São Paulo). Ela estava no quarto mês de gravidez.
Rubens Gonçalves de Barros, advogado da empresa, disse que as Casas Bahia vão aguardar a apuração do episódio e colaborar com a polícia e a Justiça. "Lamentamos profundamente o que aconteceu."
Fabiana trabalhava para a fábrica de brinquedos Bandeirantes havia dois meses, após ter ficado seis meses desempregada. Seu trabalho era acompanhar os estoques dos compradores da Bandeirantes.
Ontem, ela foi à loja da avenida Nossa Senhora da Lapa. Ela entrou sozinha no elevador de carga. Os funcionários escutaram um grito e foram ver o que acontecia.
O corpo de Fabiana foi encontrado entre o segundo e o terceiro andar, prensado de cabeça para baixo pelo elevador. "Entre a plataforma do elevador e a parede da loja existe um vão de cerca de 30 centímetros", disse o delegado José Antônio Gonzales, 48, do 7º DP.
Os paramédicos do Corpo de Bombeiros foram chamados e constataram que Fabiana ainda estava viva. Eles retiraram-na entortando o piso do elevador que a prendia à parede.
Durante a operação, ela morreu. Um médico também constatou a morte da criança. A loja foi fechada após o acidente a fim de que a perícia do Instituto de Criminalística pudesse examinar o local.
"Quero saber quem é o responsável pela morte da minha filha", disse Maria José Mateus da Silva, 41, mãe de Fabiana. Ela foi avisada do acidente com a filha pelo telefone. "Só no local me informaram que ela havia morrido."
O delegado afirmou que abriu inquérito para esclarecer as circunstâncias da morte de Fabiana e deve ouvir os funcionários das Casas Bahia sobre o acidente. "Uma funcionária disse ter avisado a vítima para não pegar o elevador de carga", afirmou Gonzales.
Segundo ele, não havia aviso algum na loja que proibisse a entrada de pessoas no elevador. "Testamos o sistema elétrico do elevador e ele estava funcionando bem."
A diretora da divisão de equipamentos do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), Sueko Hashimoto, afirmou que o órgão fará, na próxima segunda, uma vistoria do elevador em que ocorreu o acidente.
Segundo ela, se for provado que houve falhas no equipamento, o elevador será interditado até que a empresa responsável pela sua conservação -normalmente a própria fabricante- faça o conserto.
Sueko afirmou que a manutenção e conservação de elevadores é de responsabilidade das empresas, que devem fazer visitas mensais.

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