São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Szajman prevê venda 12% maior no Natal

DANIELA FERNANDES; FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas no Natal irão crescer de 10% a 12% sobre o mesmo período de 95, estima Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
"Esse resultado não será nada excepcional, já que as vendas no ano passado foram fracas, com queda de 10% sobre o Natal de 94."
A margem de lucro do varejo no Natal deve ser, em média, de 4,5%, diz Szajman. Em unidades físicas vendidas, o crescimento será de cerca de 17%. A diferença entre esse percentual e o do faturamento é explicada por ele em função da queda nos preços dos produtos.
O segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos continuará a ser o carro-chefe das vendas. Segundo ele, as vendas desses produtos vão crescer até 30% no Natal. Para os supermercados, lojas de calçados e farmácias a expectativa de aumento é de 6% a 8%.
As lojas de roupas deverão superar essa performance, com aumento de 13% nas vendas no final do ano, estima Szajman.
Adiamento das compras
Apesar da previsão de aumento nas vendas, o comércio está adiando as compras da indústria para o Natal. A incerteza sobre o comportamento do consumo está levando os lojistas a trabalhar com baixo estoque.
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo, diz que o adiamento dos pedidos ocorre porque o varejo não é mais pressionado, como em outros anos, para comprar logo em razão do aumento dos preços ou da falta de mercadorias.
"O comércio está fazendo compras dia-a-dia", diz Élvio Aliprandi, presidente da associação.
A queda nas vendas de calçados, no entanto, foi o motivo que levou os lojistas a adiar, desde setembro, as compras da indústria.
Tradicionalmente, os fabricantes de sapatos fecham as vendas em outubro, informa Sebastião Burbulhan, presidente do sindicato paulista da indústria calçadista. "Neste ano, muitas indústrias ainda estão aceitando pedidos."
Isso também está ocorrendo no setor têxtil. A Covolan, fabricante de tecidos, e a Morisco, indústria de lingerie, informam que o comércio atrasou as compras.
"O mercado está muito difícil em razão da entrada de importados de baixo valor", diz Sérgio Zaborowsky, diretor da Morisco.
Para Solimeo, o adiamento dos pedidos à indústria não indica, necessariamente, queda nas vendas do comércio.
Os fabricantes afirmam que os lojistas estão ainda solicitando prazos maiores de pagamento.
(Daniela Fernandes e Fátima Fernandes)

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