São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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Seagal volta mais cruel
THALES DE MENEZES
Na parte inicial do filme, parece mais uma de suas aventuras típicas. Interpreta um tira esquisitão, que propaga o budismo e a não-violência. Junto com seu parceiro, caça um serial killer. A investigação dos crimes acaba envolvendo mafiosos. Quando Seagal se vê cercado por vários deles, mantém seu papo de "não quero brigar com vocês". Qualquer um no cinema, óbvio, sabe que isso é só enrolação antes de uma cena de pancadaria. O que surpreende é a alta dose de violência e crueldade. O primeiro gesto de Seagal é sacar um pequena lâmina e degolar três homens de uma vez. Os outros bandidos não têm melhor sorte. E é só o começo. Quando quer tirar informações de um marginal, o personagem de Seagal dá um tiro no pé e outro na mão do sujeito. Outro, que o deixou mais irritado, é queimado vivo. Daí em diante, outros vilões terão finais ainda mais cruéis. Para quem é fã desse tipo de filme, vale a pena conferir essa nova faceta de Seagal. Além desse estilo cruel, o filme tem um roteiro inventivo e cheio de reviravoltas. Primeiro ocidental a abrir uma escola de aikidô no Japão (que conta hoje com mais de 2.000 alunos), Seagal é um dos poucos ídolos de filmes de artes marciais que é respeitado por quem as pratica. Ao contrário de Van Damme e Chuck Norris, que usam as pernas em chutes espalhafatosos, Seagal usa muito os braços em golpes curtos. Quem sofre são os dublês. Em "O Homem das Sombras", dois tiveram o braço fraturado. Nada que se compare às filmagens de "Difícil de Matar" (92), em que Seagal quebrou o braço de quatro dublês. Perigoso nas brigas, Seagal agora ataca os ouvidos. Ele é co-autor de duas canções da trilha sonora. E quem tem coragem de falar para ele que as músicas são horríveis? Filme: O Homem das Sombras Produção: EUA, 1996 Direção: John Gray Com: Steven Segal e Keenen Ivory Wayans Cinemas: Paulista 1, Marabá, Market Place 3 e circuito Texto Anterior: Caretice faz filme gay com amargura Índice |
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