São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996
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Efeitos especiais; Último recurso; Falta de ética; Esclarecimento; Eleições; Voto facultativo; Incoerência; Crítica

Efeitos especiais
"Já que o sr. Nelson Biondi, um dos marketeiros de Paulo Maluf, resolveu me citar em seu artigo de 14/11, deveria, pelo menos, ter sido fiel à verdade.
Eu nunca disse a esse senhor que sou contra os chamados comerciais de candidatos distribuídos ao longo da programação das emissoras de TV. Acho apenas que o candidato deveria ser obrigado a expor suas idéias ao eleitor sem ser acobertado por efeitos especiais enganosos, tipo 'Fura-Fila'.
Isso não fará, como diz o sr. Biondi, com que o programa seja necessariamente chato. Mas certamente diminuirá substancialmente os custos exorbitantes que hoje marcam essas produções. E creio ser isso o que mais inquieta o sr. Biondi."
José Aníbal, líder do PSDB na Câmara dos Deputados (São Paulo, SP)

Último recurso
"Parabenizo o artigo de Silvia Pimentel, Flávia Piovesan e Ricardo Balestreri, 'Brasil deve aceitar Tribunal', que mostra a importância de o Brasil ser um dos países que integram a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Essa corte, competente para julgar casos de violência internacionalmente assegurados, se tornaria um último recurso para nossas omissões.
A União de Mulheres já tem dois casos para esse tribunal: o de Marcia Cristina Leopoldio, assassinada em 1984 por seu ex-namorado, que permanece foragido, graças a um habeas corpus, apesar de condenado, e o de Delvita Prates Queiróz, assassinada em 1982 pelo marido, que não foi condenado apesar das provas em contrário."
Marta Suplicy, deputada federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Falta de ética
"O artigo de 14/11 assinado por Walter Feldman, líder do PSDB na Assembléia Legislativa, demonstra exatamente a falta de ética na análise de dados.
Gostaríamos de questionar quais são as dúvidas que ele tem sobre os números de atendimentos, leitos e todos os outros que a Secretaria Municipal da Saúde divulgou na Internet. Onde estão os do Estado?
Se o artigo se inicia com 'quanto mais informação a sociedade civil detém, mais ela se torna consciente de sua força e passa a controlar melhor a ação do Estado', por um mínimo de coerência é necessário mostrar o que o Estado fez e o que o PAS fez."
Orlando Magnoli, coordenador de Comunicação do PAS -Plano de Atendimento à Saúde (São Paulo, SP)

Esclarecimento
"Sobre a reportagem 'Coronéis e colloridos votam no PT de Maceió' (13/11), o Diretório Municipal do PT esclarece que todas as forças citadas na reportagem como partidárias da candidata Heloísa Helena vêm, na verdade, manifestando apoio direto e indireto à candidatura de Kátia Born, do PSB.
Em nota oficial publicada nos jornais locais, no dia 8 deste mês, a Executiva do próprio partido do vice-governador de Alagoas, Manoel Gomes de Barros (Mano), o PTB, assume o apoio unânime à candidatura de Kátia Born.
Quanto ao apoio do deputado Albérico Cordeiro, do próprio PTB, à candidatura de Heloísa Helena, o diretório esclarece que foi uma opção pessoal do deputado. O diretório insiste: não existe qualquer relação com negociação de cargos."
Tutmés Airan Albuquerque de Melo, presidente do Diretório Municipal do PT em Maceió (Maceió, AL)

Eleições
"Em todos os debates comparando Erundina e Pitta, ficou muito clara a inexperiência e falta de liderança do candidato Pitta em confronto com Erundina.
Se a cidade não estivesse necessitando de uma grande inversão de prioridades, a simples continuidade de um seguidor e liderado do sr. Maluf não nos prejudicaria tanto.
Só faço votos que não joguem depois a culpa nos negros, afinal, quem arma a bomba é quem merece a condenação e não quem ingenuamente se dispõe a conduzi-la..."
José Félix de Araujo (São Paulo, SP)
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"O Partido dos Trabalhadores, antes ferrenho defensor da democracia brasileira, se alia inexplicavelmente com a TV Globo, que nunca primou no respeito ao partido de Lula.
O PT rompe compromisso já acordado com a TV Bandeirantes e aceita imposição, com dia e hora marcada, evidenciando ainda mais o quanto o Partido dos Trabalhadores se parece com os demais partidos.
O mais inacreditável é a postura de grande parte da imprensa, incluindo a Folha, que não informa corretamente o leitor e nem desconfia da súbita vocação da TV Globo pela democracia."
Ismael Tomé (Brasília, DF)
*
"Estou absolutamente certo da vitória da nossa grande Luiza Holyfield sobre o pau mandado do cara-de-Paulo, sim, do negro mais alma branca que eu já vi, o Celso PitTyson."
Carlito Maia (São Paulo, SP)

Voto facultativo
"Uma recente pesquisa revelou que há uma expressiva vontade nacional em favor do voto facultativo. Nada mais coerente, pois o voto obrigatório não rima com liberdade, muito menos com democracia.
Seria interessante que o voto obrigatório também acabasse nas eleições dos conselhos regionais de profissionais liberais (médicos, dentistas, farmacêuticos, na OAB etc.)."
Jandir Barreto (Pelotas, RS)

Incoerência
"Estão abertas as inscrições para o concurso do Incra em todo o Brasil; com um salário de R$ 600.
Como pode ser feita uma reforma agrária se propõem pagar ao engenheiro agrônomo menos que o mínimo estipulado pelo Crea?"
Pedro Cunha (Jaboticabal, SP)

Crítica
"Após 12 anos de assinante, estou me despedindo, em virtude de discordar da linha e conteúdo deste matutino.
Com o tempo, a qualidade do jornal foi decaindo. Falta ao jornal maior espírito investigativo, imparcial, interpretativo da realidade. Há uma ênfase exagerada nas pesquisas do Datafolha, números mal interpretados e analisados.
A cobertura internacional é pobre. O caderno Cotidiano não analisa e critica as obras dos governantes como se deve (sua necessidade, preço, projeto, opiniões de autoridades sobre elas etc.).
Questões como plano diretor, PAS, Cingapura, saneamento básico, transportes e outras passam ao largo e são consideradas de modo superficial.
O caderno de esportes não traz muitos resultados das competições do dia anterior. A cobertura das eleições faz conciliação, ora elogia, ora ataca o mesmo candidato sem se preocupar em fundamentar as denúncias com provas concretas e sólidas.
Informações inverídicas são veiculadas sem contestação, como os salários de médico do PAS de R$ 3.200 (na verdade, o líquido gira em torno de R$ 2.200/R$ 2.500)."
Cledeval de Lourenço Silva (São Paulo, SP)

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