São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996
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Governo e aliados vencem em 14 das 21 cidades onde disputaram 2º turno

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso e seus aliados do PFL e PMDB saem fortalecidos da eleição municipal. Venceram em 14 cidades no segundo turno -mais da metade das 21 onde ao menos um dos três partidos participava da disputa.
Eles já haviam conquistado a maioria das prefeituras e dos votos dos eleitos no primeiro turno.
O PPB surge das urnas como a principal força potencial de oposição ao projeto de reeleição de FHC. No primeiro turno, o partido de Paulo Maluf já havia ficado em quarto lugar no ranking de novos prefeitos, com 618 eleitos.
Ontem, os pepebistas conseguiram vitórias em 8 das 12 cidades onde disputavam o segundo turno, inclusive no maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
O PT foi o maior derrotado do segundo turno. Perdeu em 9 das 11 cidades onde concorreu.
PMDB e PFL
Vencedor do primeiro turno com 1.286 prefeituras, o PMDB equilibrou-se no segundo turno. Disputou o pleito em 9 cidades e venceu em 5.
O resultado consolidou sua trajetória nas últimas eleições: está cada vez mais distante dos grandes centros urbanos. Sua força se concentra nas pequenas e médias cidades, em geral do interior.
Tanto é que, no primeiro turno, o PMDB conquistou, proporcionalmente, mais cidades do que votos. Ganhou em 24% das cidades, mas só obteve 20% dos votos.
No primeiro turno, os peemedebistas foram os mais votados entre os eleitos nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste. Mas a maior parte de seus votos foram conquistados justamente nas duas regiões onde outras siglas venceram.
Segundo maior colégio eleitoral do país, o Nordeste foi responsável por 32% dos votos dos novos prefeitos peemedebistas. O partido foi especialmente bem no Ceará, Maranhão e Paraíba.
O Sudeste colaborou com 30% dos votos do PMDB.
O PFL, mais do que nunca, firmou-se como um partido nordestino. Mais da metade (51%) dos votos de todos os 929 prefeitos eleitos pela sigla no primeiro turno vieram dessa região. No segundo turno, venceu no Rio de Janeiro e São João do Meriti (RJ). Perdeu em outras quatro cidades.
Só na Bahia do senador e cacique Antonio Carlos Magalhães (PFL) os vitoriosos pefelistas somaram 1,074 milhão de votos.
O PFL, entretanto, conseguiu avançar em outras regiões, principalmente no Sudeste -de onde veio 29% da votação dos eleitos do partido.
Lá, seu melhor desempenho no primeiro turno foi em Minas Gerais. Elegeu 161 prefeitos.
O ponto fraco dos pefelistas continua sendo a região Sul, onde ficaram em sexto lugar no ranking de votação e em quarto no de prefeituras.
PSDB e PPB
No primeiro turno da eleição municipal, os tucanos se transformaram nos pefelistas do Sudeste: 56% dos votos dos prefeitos eleitos pelo partido vieram de São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo. Nenhum partido concentrou tanto sua votação em uma só região.
Em São Paulo, onde venceram 207 prefeituras no primeiro turno, os tucanos eleitos em 3 de outubro somaram 1,274 milhão de votos -o maior resultado entre todos os partidos em todos os Estados.
No segundo turno, o desempenho dos tucanos no Sudeste foi ruim nos maiores municípios: perdeu em Belo Horizonte e Rio. Mas ganhou em outras 7 cidades das 14 em que concorreu.
No Nordeste, graças ao Ceará, o partido ficou em terceiro no ranking de votos. De lá veio 23% da votação dos prefeitos tucanos.
Nas demais regiões, o desempenho do PSDB é muito semelhante ao dos pefelistas: 6% do total de votos vieram do Centro-Oeste, 5% do Norte e 10% do Sul.
O PPB sai do segundo turno com vitórias em São Paulo, Campinas, Florianópolis, Santos, Manaus, Feira de Santana (BA), Uberlândia (MG) e Jaboatão (PE).
No primeiro turno, o PPB havia saído fortalecido das urnas graças aos votos do Sul: de lá, veio 41% da votação dos prefeitos que elegeu. Também no Norte, graças à influência do governador Amazonino Mendes (PPB-AM), os pepebistas haviam ficado em segundo lugar em número de prefeitos eleitos.

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