São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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Governo e aliados vencem na metade das cidades onde disputaram 2º turno
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Eles já haviam conquistado a maioria das prefeituras e dos votos dos eleitos no primeiro turno. O PPB surge das urnas como a principal força potencial de oposição ao projeto de reeleição de FHC. No 1º turno, o partido de Paulo Maluf já havia ficado em 4º lugar no ranking de novos prefeitos, com 618 eleitos. Ontem, os pepebistas conseguiram vitórias em ao menos 4 das 12 cidades onde disputavam o 2º turno, inclusive no maior colégio eleitoral do país, São Paulo. O PT saiu derrotado do segundo turno. Perdeu em dois terços das 11 cidades onde concorria. PMDB Vencedor do 1º turno com 1.286 prefeituras conquistadas, o PMDB equilibrou-se no 2º turno. Disputou o pleito ontem em 9 cidades e deve vencer em ao menos 4. O resultado consolidou sua trajetória nas últimas eleições: está cada vez mais distante dos grandes centros urbanos. Sua força se concentra nas pequenas e médias cidades, em geral do interior. Tanto é que, no primeiro turno, o PMDB conquistou, proporcionalmente, mais cidades do que votos. Ganhou em 24% das cidades, mas só obteve 20% dos votos. No primeiro turno, os peemedebistas foram os mais votados entre os eleitos nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste. Mas a maior parte de seus votos foram conquistados justamente nas duas regiões onde outras siglas venceram. Segundo maior colégio eleitoral do país, o Nordeste foi responsável por 32% dos votos dos novos prefeitos peemedebistas. O partido foi especialmente bem no Ceará, Maranhão e Paraíba. O Sudeste colaborou com 30% dos votos do PMDB. PFL O PFL, mais do que nunca, firmou-se como um partido nordestino. Mais da metade (51%) dos votos de todos os 929 prefeitos eleitos pela sigla no primeiro turno vieram dessa região. No segundo turno, venceu na segunda maior cidade do país, o Rio de Janeiro. Só na Bahia do senador e cacique Antônio Carlos Magalhães (PFL) os vitoriosos pefelistas somaram 1,074 milhão de votos. O PFL, entretanto, conseguiu avançar em outras regiões, principalmente no Sudeste -de onde veio 29% da votação dos eleitos do partido. Lá, seu melhor desempenho no primeiro turno foi em Minas Gerais. Elegeu 161 prefeitos. O ponto fraco dos pefelistas continua sendo a região Sul, onde ficaram em 6º lugar no ranking de votação e em 4º no de prefeituras. PSDB e PPB No primeiro turno da eleição municipal, os tucanos se transformaram nos pefelistas do Sudeste: 56% dos votos dos prefeitos eleitos pelo partido vieram de São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo. Nenhum partido concentrou tanto sua votação em uma só região. Em São Paulo, onde venceram 207 prefeituras no primeiro turno, os tucanos eleitos em 3 de outubro somaram 1,274 milhão de votos -o maior resultado entre todos os partidos em todos os Estados. No 2º turno, o desempenho dos tucanos no Sudeste foi ruim nos maiores municípios: perdeu em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Mas ganhou em pelo menos outras seis cidades. No Nordeste, graças ao Ceará, o partido ficou em terceiro no ranking de votos. De lá veio 23% da votação dos prefeitos tucanos. Nas demais regiões, o desempenho do PSDB é muito semelhante ao dos pefelistas: 6% do total de votos vieram do Centro-Oeste, 5% do Norte e 10% do Sul. O PPB sai do 2º turno com vitórias em São Paulo, Campinas e Florianópolis e Santos. Disputaram 12 municípios. No primeiro turno, o partido de Paulo Maluf havia saído fortalecido das urnas graças aos votos que obteve no Sul: de lá, veio 41% da votação dos prefeitos que elegeu em 3 de outubro. Também na região Norte, graças à influência do governador Amazonino Mendes (PPB-AM), os pepebistas haviam ficado em 2º lugar em número de prefeitos eleitos. Texto Anterior: Aliança com o PFL é a receita de Pitta para Maluf conquistar a Presidência Próximo Texto: Governo e aliados vencem em 14 das 21 cidades onde disputaram 2º turno Índice |
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