São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996
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Vitória no Rio é mais de Maia que do PFL, afirma prefeito eleito carioca

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O PSDB se enfraquece nacionalmente com as derrotas sofridas nas eleições para as principais prefeituras do país, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, na avaliação do prefeito eleito do Rio, Luiz Paulo Conde, 62.
Candidato do prefeito Cesar Maia, Conde acha que o patrono de sua candidatura se projeta, em nível nacional, como importante liderança do PFL no sudeste.
O candidato pefelista votou às 11h10 da manhã na 143ª seção, da 119ª zona eleitoral, no Itanhangá Golf Club, na Barra da Tijuca (zona sul). Fechadas as urnas, mostrou-se surpreso com as pesquisas de boca-de-urna, "não pela vitória, mas pela distância" de Sergio Cabral Filho (PSDB).
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Folha - O PFL sempre obteve poucos votos no Rio. A sua eleição é uma vitória do PFL?
Conde - O partido, nessa eleição, tinha uma nova liderança no Sudeste, o prefeito Cesar Maia. O Rio era órfão de uma liderança política desse tipo. Então, o grande vitorioso é o Cesar Maia, que virou uma liderança nacional. Desde Carlos Lacerda, o Rio era órfão de uma liderança nacional como a dele. Minha eleição é muito importante para o PFL, que se mostrou um partido renovado.
Folha - O sr. acredita que sua vitória tira prestígio do PSDB?
Conde - Acredito. Se o PSDB perde no Rio, São Paulo, Curitiba, Salvador e Recife, o seu prestígio cai. E aumenta a projeção dos partidos vitoriosos, não só o PFL. O PFL ganhou Recife, Salvador e Rio; o PT, Porto Alegre; o PDT, Curitiba; o PSB, Belo Horizonte. O quadro nacional fica mais equilibrado.
Folha - E o presidente Fernando Henrique Cardoso, perde prestígio com a derrota dos candidatos do PSDB, como o Cabral Filho?
Conde - Em princípio, não. Esse fracasso do PSDB na disputa pelas principais prefeituras do país mostra que os tucanos se enfraquecem. Agora, o presidente Fernando Henrique conseguiu ficar, pessoalmente, incólume.
Folha - O que o prefeito Conde reivindicará ao presidente?
Conde - Mais investimentos federais, principalmente em saúde e transporte. Pedirei investimento em transporte sobre trilhos.
Folha - E em relação ao projeto de trazer os Jogos Olímpicos de 2004 para o Rio, o sr. pedirá mais ajuda do presidente?
Conde - O presidente já está trabalhando por 2004. Inclusive, na próxima semana, virá ao Rio, para um jantar sobre o assunto. Eu vou, com o Cesar Maia.
Folha - O prefeito Cesar Maia teve a preocupação de projetar o Rio internacionalmente. O que o sr. pretende fazer nessa linha?
Conde - Pretendo continuar a investir na cidade, melhorando a infra-estrutura urbana e a segurança pública. Quero duplicar o efetivo da Guarda Municipal e fazer convênio com a PM, ressarcindo o Estado para que 2.000 PMs assumam o controle do trânsito.
Folha - O senhor pretende manter a maioria dos seus secretários?
Conde - Em princípio, sim. Muitos foram indicados por mim, quatro ou cinco. Vou mantê-los. E os outros também. Tenho que decidir quem será o novo secretário de Turismo, para que cuide do réveillon e do carnaval de 1997.

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