São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996
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Técnicos analisam nova peça suspeita

DA REPORTAGEM LOCAL

Os técnicos que analisam os destroços do Fokker-100 da TAM aumentaram a lista de peças suspeitas de terem contribuído para a queda do avião.
A análise está sendo feita no CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José dos Campos.
A peça acrescentada à lista, e que deve ser analisada com maior atenção pelos técnicos, consiste em um sistema de cabos e polias que liga o reverso aos manetes de aceleração, localizados na cabine do piloto.
A comissão de investigação do acidente acredita que um dos cabos do sistema se rompeu durante a decolagem. Os técnicos querem descobrir agora se houve fadiga de material ou excesso de carga sobre o sistema.
O sistema de cabos existe para evitar que o reverso abra em outra situação que não a de pouso, quando os motores estão com pouca aceleração.
Quando o reverso se abre, os manetes de aceleração são recuados, reduzindo a rotação das turbinas.
Foi o que houve durante a decolagem do Fokker-100 da TAM. O manete direito recuou, mas o comandante José Antonio Moreno não teria recebido aviso de que o reverso estava aberto.
Acreditando tratar-se de um problema do sistema automático de aceleração, o piloto teria forçado o manete à frente e, com isso, rompido os cabos.
Assim, o motor permaneceu acelerado, mesmo com o reverso aberto, o que dá um efeito como o de marcha à ré. Como a pane aconteceu somente no motor direito, o avião foi "empurrado" no lado esquerdo e "recuado" no lado direito, perdendo estabilidade.

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