São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996
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Capitão da reserva e 3 militares são presos

Acusados confessaram ataque a carro da PM com granada

DA SUCURSAL DO RIO

Um capitão da reserva e três militares da ativa estão presos incomunicáveis desde ontem na Vila Militar (em Realengo, zona oeste do Rio), acusados de pertencerem a uma quadrilha especializada no roubo de carros-fortes.
Outros nove militares, todos pára-quedistas, estão sob suspeita de pertencerem ao grupo e podem ser presos a qualquer momento.
Os presos confessaram pertencer à quadrilha que há dez dias provocou pânico no subúrbio de Costa Barros (zona norte) ao atacar com uma granada e tiros de fuzil três carros do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar).
Neste dia, três pessoas morreram, 11 ficaram feridas e várias casas foram atingidas pelos disparos.
Na ocasião foi preso o ex-soldado do Exército Alex Paes Fernandes, o PQD, 21.
A partir de investigações dos policiais da 40ª DP (Delegacia de Polícia), foi preso o cabo pára-quedista Bolívar dos Santos Pinto, 25.
Em depoimento, Pinto disse que o grupo era comandando pelo capitão da reserva Petronílio Gonçalves, que seria também contrabandista de armas, vendidas para traficantes de morros cariocas.
Gonçalves foi preso durante a madrugada na casa de parentes em Duque de Caxias (Baixada Fluminense). Em depoimento na 40ª DP, o capitão teria confessado que estava no grupo que atacou os policiais militares em Costa Barros.
Gonçalves teria informado também o nome dos outros membros da quadrilha. Todos seriam pára-quedistas do Exército.
O tumulto em Costa Barros começou pouco antes das 8h, quando três carros do 9º BPM foram atacados a tiros por quinze homens, que ocupavam três carros.
Acoplada ao cano de um fuzil AR-15, uma granada foi disparada contra uma caminhonete da PM. A granada entrou pela traseira do carro, explodindo na cabine de direção. Estilhaços feriram três dos cinco PMs que estavam no carro.
5ª vítima
Traficantes do Morro do Cantagalo, em Ipanema (zona sul), assassinaram a tiros na madrugada de ontem a moradora Neida Márcia de Souza, 34, próximo à quadra de esportes da favela.
Segundo a família da vítima, ela não teria ligação com os traficantes. Neida é a quinta pessoa a ser morta no morro esta semana. Na madrugada de terça-feira, quatro pessoas foram mortas.
Em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), policiais da 59ª DP estão à procura dos corpos de quatro pessoas que teriam sido mortas por um grupo rival.
A chacina teria ocorrido às 6h do domingo, segundo uma sobrevivente, Débora do Espírito Santo da Silva, 18.
Débora é mulher de Carlos Grande, que seria o comandante do tráfico no Morro do Borel, na Tijuca (zona norte), e também no Jardim Gramacho.

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