São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Contabilizam os 'eu te amo'

DA REPORTAGEM LOCAL

Mulher que contabiliza as vezes que disse "eu te amo" ao namorado, ou as que deixou de sair com alguém para acompanhá-lo, ou o número de presentes que deu para ele, pode, no fim das contas, obter um balanço negativo. Para muitos homens, essa não é uma operação de adição, mas de subtração.
"Comigo esse tipo de mulher só perde pontos", diz o empresário Carlos Alberto Gama, 40.
"Terminei com uma menina há dois meses por isso", diz. "Ela só falava em números: 'Deixei de sair com a fulana três vezes, para te acompanhar, e você não é capaz de fazer isso por mim nem uma."'
"Até os 'eu te amo' que ela me dizia entravam na contabilidade", afirma Gama.
Ele diz que essa atitude tirava todo o romantismo que sua namorada pretendia reforçar.
"Quanto mais ela fazia contas para me mostrar o quanto me amava, mais eu esfriava", lembra Gama. "Foi a tentativa mais desastrosa de controle que eu já vi."
Gesto de amor
Para o publicitário Roberto Ferreira, 23, mulher que contabiliza os "gestos de amor" não tem vez.
"Por acaso está acontecendo comigo nesse momento", diz. "Estou saindo com uma menina que me diz coisas como 'liguei umas 50 vezes para você, ontem, e não recebi nenhum retorno'. E olha que não rolou nem beijo até agora", diz Ferreira.
Ele afirma que não rolou, nem vai rolar. "Bodiei."
Ferreira diz que gosta de mulher que telefona e também das que dão presentes, mas desinteressadamente. "Jogar na cara, não."

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