São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Especialista critica falta de planejamento

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de um Plano Diretor é apontada por especialistas como a principal causa do crescimento desordenado da cidade, com consequentes prejuízos à qualidade de vida dos paulistanos.
Para o consultor imobiliário Lincoln Marques, 39, por exemplo, o planejamento deveria ser estritamente técnico, e não político.
O Plano Diretor é de responsabilidade da prefeitura e, em tese, determina os rumos de crescimento da cidade. Ele deve ser votado pela Câmara Municipal.
O último Plano Diretor de São Paulo aprovado foi o do prefeito Jânio Quadros, em 1988, no final de seu mandato. Devido a injunções políticas e outros interesses, a cada administração o plano diretor apresentado pelo executivo fica "engavetado" e acaba não sendo apreciado pelos vereadores. Entra a nova gestão e o caso se repete.
"Por isso a cidade cresce de uma forma não planejada e onde as pessoas têm mais interesses", diz a urbanista Regina Monteiro.
Na Câmara Municipal há dezenas de pedidos de modificações de zoneamento, que são encaminhados pelos vereadores.
A maioria não chega a ser apreciada. "Há pedidos de modificação aos montes, e indeferimentos idem", diz Aref Saaba, 51, funcionário da Secretaria Municipal de Planejamento.
Interligadas
Uma das formas de fazer uma construção fora do padrão determinado pelo zoneamento da região é por meio da operação interligada. O interessado encaminha o pedido para avaliação da prefeitura e, se for aprovado, paga pelo que construir acima do permitido.
"É mais barato que comprar terreno em Z3", diz Luiz Kechichian, da Mirante Imóveis. A prefeitura arrecadou US$ 70 milhões desde que o sistema foi implantado (88).

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