São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Bilíngues querem ganhar mais

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

"Ao primeiro indício de espanhol, os operadores do serviço de auxílio à lista de San Antonio, Texas, apertam um botão que transfere a ligação para uma operadora bilíngue como Maggie Morales", informa o jornal.
Segundo o diário, empresas com um crescente número de clientes fora dos EUA ou que falam outra língua dentro do país estão enfrentando um novo tipo de reivindicação salarial.
Maggie Morales afirmou ao "Wall Street" que o novo sistema tornou o trabalho dela mais duro. Ela disse não se queixar, mas quer uma remuneração por ter uma capacidade que seus colegas não têm.
"Quanto mais linguagens de computador você conhece mais você ganha. Por que seria diferente com línguas?", disse ao diário Lillian Stevens, colega de Maggie.
A discussão sobre remunerar melhor pessoas bilíngues com função de agente de polícia ou telefonista é complexa, diz o "Wall Street Journal".
"Compensação extra para o baixo escalão parece contrariar a regra número 1 dos recursos humanos: pague o serviço, não a pessoa", comenta o jornal.
Segundo o "Wall Street", a maioria dos trabalhadores acha injusto pagar mais para pessoas que têm uma capacidade que, na maioria das vezes, vem do fato de que nasceram de pais estrangeiros.
Essa tese foi defendida até pelo FBI numa ação movida na Justiça por agentes bilíngues que queriam ganhar mais. O FBI perdeu.
"Fazer exceções expõem empregadores a muitos problemas, de baixar o moral do pessoal a arriscar-se a ser réu de ações trabalhistas", afirma o jornal.
Trabalhadores de empresas que vão da AT&T ao serviço de correios dos EUA estão pressionando.
Em janeiro último, 2.500 funcionários da alfândega conseguiram acordo ao ameaçar só falar inglês nos aeroportos dos EUA.

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