Folha de S.Paulo - Descer do muro; Isca lançada; Dois estilos; Na hora h; O futuro é incerto; Bola de cristal; Meia verdade; Capilaridade eleitoral; Efeito bumerangue; Manobra arriscada; Pagando o pato; Te cuida, Maluf; Promessa de resistência; Ódios opostos; Sem saída; MST e ruralistas

São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996

Descer do muro; Isca lançada; Dois estilos; Na hora h; O futuro é incerto; Bola de cristal; Meia verdade; Capilaridade eleitoral; Efeito bumerangue; Manobra arriscada; Pagando o pato; Te cuida, Maluf; Promessa de resistência; Ódios opostos; Sem saída; MST e ruralistas

Descer do muro
Um grupo ligado a FHC o aconselha a não repetir o erro de Serra, que evitou criticar Maluf no começo da eleição paulistana. O presidente deve marcar desde já diferenças com o prefeito. E escalar alguém para atacar.

Isca lançada
Um tucano receita: "Temos que ir para o pau com Maluf. Perguntar se ele teme a reeleição ou FHC. Ele é competitivo. Vai adorar. FHC não pode dar uma de Tyson. Tem que se preparar, pois Maluf pode ser Holyfield".

Dois estilos
FHC avalia que Serjão está meio queimado para atacar Maluf. Deseja também alguém com o perfil do governador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Para ataques mais eficientes, mas sutis.

Na hora h
O Planalto acredita que o estilo "deixa que eu chuto" do ministro Sérgio Motta será mais valioso no calor da campanha presidencial, em 1998. Mas sabe que vai ser difícil segurar Serjão. Maluf o processa hoje no STF.

O futuro é incerto
Um análise de lideranças emergentes foi decisiva para Maluf tirar o governo paulista de suas pretensões eleitorais. Concluiu que hoje, no Brasil, só ele e FHC podem ganhar a Presidência. Em 2002, listou seis.

Bola de cristal
Lista de lideranças que o malufismo acha que terão chance na sucessão presidencial de 2002: Paulo Maluf, Luís Eduardo Magalhães, Cesar Maia, Tarso Genro, Paulo Renato e, curiosamente, o "apolítico" Pedro Malan.

Meia verdade
É verdade que FHC considera Maluf o adversário ideal para 98 no quesito comparação de biografias. Mas também é verdade que o presidente teme mais o malufismo do que o petismo.

Capilaridade eleitoral
Na análise do malufismo, Minas é o calcanhar-de-aquiles do projeto presidencial do prefeito de São Paulo. Maluf investirá em pequenas cidades. Em especial, em prefeitos do PMDB e PFL.

Efeito bumerangue
Se a emenda da reeleição emperrar em janeiro e começar a se arrastar no Congresso, pode haver movimento levando parlamentares para a canoa malufista e causando arrepios na comunidade econômica internacional.

Manobra arriscada
No governo, há quem ache que o Planalto criou uma armadilha ao jogar todas as fichas da reeleição em janeiro. Como Kandir e Malan previram maravilhas se ela passar, um atraso geraria um mar de expectativas negativas.

Pagando o pato
Nos bastidores do PT, Lula foi apelidado de "ombudsman do partido". Por tecer críticas aos candidatos petistas nas cidades em que fez campanha eleitoral. Erundina está furiosa com ele.

Te cuida, Maluf
FHC ligou para Ângela Amin (PPB) sábado à tarde. Para parabenizá-la pela conquista da Prefeitura de Florianópolis (SC).

Promessa de resistência
Presidente do PMDB, Paes de Andrade diz: "Sigo o exemplo de Ulysses, que disputou a presidência da Câmara contra Alencar Furtado e Fernando Lyra. Vou ao plenário. Acordo com Michel Temer só no 2º turno".

Ódios opostos
A direção nacional do PT quer dar um pito nos moderados pelos elogios a FHC. E expulsar a tendência de esquerda "O Trabalho" por atrapalhar a campanha em algumas cidades e ter estrutura paralela à do partido.

Sem saída
O senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) pensa ser inevitável a aproximação de seu partido com o PSDB. Prevê formação de um bloco ou a migração em massa para o ninho tucano. "É a salvação da bancada federal."

MST e ruralistas
O Senado, atendendo a requerimento de Suplicy (PT-SP), faz amanhã às 10h o seminário "A Estrutura Fundiária e a Reforma Agrária". No mesmo dia, devem ser divulgadas as novas regras do Imposto Territorial Rural.

TIROTEIO
De Ivan Valente (PT-SP), sobre FHC dizer que a reeleição só deve ser aprovada se as pessoas acharem o Brasil um país democrático e afirmar que é o eleitor quem decidirá a questão em 98:
- É um dilema freudiano. Para FHC, prova de maturidade do brasileiro é aceitar sua reeleição. Mas joga a decisão para o "colégio eleitoral", o Congresso.

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