São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Petistas acampam por anulação

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Militantes do PT acamparam ontem em frente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), em Campo Grande (MS), para protestar contra o resultado da eleição, vencida pelo PMDB por 411 votos de diferença.
O partido quer anular o segundo turno, sob alegação de que teria ocorrido fraude. A ação que reivindica uma nova votação deve ser entregue à Justiça Eleitoral hoje.
"Nós não perdemos, fomos roubados", diz o candidato derrotado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. "Houve compra de votos e retenção de títulos." O PMDB nega a acusação.
Os manifestantes realizaram uma carreata no final da tarde. Preparavam-se para se acomodar em barracas e colchonetes e afirmaram que só deixariam o local após a decisão da Justiça Eleitoral.
Cerca de 30 pessoas acamparam ontem à noite, num gramado em frente ao TRE. Manifestantes realizaram uma carreata no final da tarde. Acomodaram barracas e colchonetes e afirmaram que só deixariam o local após a decisão da Justiça Eleitoral. Zeca do PT, participou do ato à noite.
Os militantes prometeram ainda intensificar as manifestações de rua -como a realizada ontem de manhã, no centro da cidade- e incentivar a população a delatar supostas fraudes, por intermédio da estruturação de um "disque-denúncia".
Na passeata de ontem de manhã, cerca de 300 pessoas -segundo os organizadores- percorreram as ruas centrais e participaram de ato público. A PM, que isolou uma das ruas para o protesto, não avaliou o movimento. Zeca do PT não participou das manifestações, sob alegação de que se tratava de atos organizados pela militância.
A Superintendência da Polícia Federal no Estado, que apura as denúncias de fraude, ainda não se manifestou sobre as ocorrências registradas no segundo turno.
Além das suspeitas de compra de voto e retenção de títulos, a PF investiga ainda se houve utilização da máquina da prefeitura (administrada pelo PMDB) em favor do prefeito eleito, André Puccinelli.
Segundo a PF, cinco computadores da Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente foram apreendidos no dia 15. Os equipamentos conteriam listas de servidores que supostamente trabalharam para o candidato vencedor.
A assessoria de Puccinelli nega qualquer envolvimento do prefeito eleito em crimes eleitorais.

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