São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Conde já participa das decisões de Maia

Prefeito transfere hoje poderes ao eleito

DANIELA SCHUBNEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O prefeito eleito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), dá início hoje à transição para sua administração já com poderes delegados por seu padrinho político, o atual prefeito, Cesar Maia.
A partir de hoje será de Conde a palavra final sobre qualquer novo empenho do governo que implique pagamentos no próximo ano. Além disso, os problemas de cada pasta poderão ser discutidos diretamente com o prefeito eleito.
A ordem começou a ser enviada ontem ao chamado G-54 -primeiro escalão da prefeitura, formado por secretários, presidentes de autarquias, empresas e fundações-, em mensagem de cinco itens assinada por Maia.
A transição já tem hora e lugar marcados: às 9h, no Palácio da Cidade -sede "festiva" da prefeitura, no Humaitá (zona sul), usada para reuniões de secretariado e recepções importantes. Lá Conde despachará esta semana, ao lado do prefeito Cesar Maia.
Mas esta fase inicial dura só até o próximo sábado, quando Conde embarcará com a mulher, Rizza, para uma viagem de descanso de dez dias entre Barcelona (Espanha) e Lisboa (Portugal). A volta está prevista para 5 de dezembro.
Na mensagem ao G-54, Maia é enfático ao ressaltar que, de hoje até o dia 31 de dezembro, todos os novos empenhos da prefeitura "estão congelados". Ou seja, não se pode mais gastar dinheiro.
Qualquer recurso de última hora julgado necessário, só será liberado por decreto.
Os pedidos deverão ser encaminhados diretamente à secretária de Fazenda, Sol Garçon, cotada para permanecer no governo Conde.
Cesar Maia ressaltou que as decisões sobre a folha de pagamento do primeiro trimestre de 97 serão tomadas por ele ainda em 96.
Inclusive o reajuste geral do funcionalismo -concedido sempre que a inflação chega aos 10%- e o piso de R$ 500 para os professores, um dos compromissos de campanha de Conde.
Ele avisou ontem que até quarta-feira anuncia o nome do novo presidente da Riotur, pois tem pressa em organizar o Carnaval de 97.
O pefelista afirmou que sua idéia de somar esforços com o prefeito eleito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), para a construção de um trem-bala entre as duas cidades não é um "factóide", como se convencionou chamar as frases de efeito de Cesar Maia.
Conde lançou a idéia em entrevista a uma emissora de TV paga.
"É viável e isso acabaria com a rivalidade entre as duas cidades", afirmou Conde. No programa, Pitta disse considerar a idéia possível.
O prefeito eleito passou a manhã descansando em sua casa, no Itanhangá (zona sul), recebeu a imprensa e no início da tarde saiu para visitar amigos.

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