São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Ligação de sargento e tráfico é investigada

DA SUCURSAL DO RIO

A possível ligação de um sargento do Exército com uma quadrilha que forneceria armas para traficantes de drogas no Rio começou a ser investigada pelo Comando Militar do Leste, a partir da apreensão de 1.480 cartuchos de fuzil FAL.
Privativos das Forças Armadas, os cartuchos foram apreendidos ontem em um quarto de motel na Baixada Fluminense. Teriam sido transportados do Rio Grande do Sul pelo 3º sargento do Exército Carlos Leandro Della Flora, 23.
Policiais da 58ª DP chegaram até o Flume Motel, na via Dutra, a partir da internação do sargento -com um tiro na perna direita e outro de raspão na nuca- no hospital da Posse, em Nova Iguaçu.
Ao chegar ferido ao hospital, na madrugada de sábado, Flora declarou que havia sido vítima de um assaltante. Para policiais, ele pode ter tido alguma desavença com o grupo que receberia a munição.
Os policiais descobriram a munição porque o sargento havia despertado a desconfiança de Alcerir Luiz Schiazini, o dono do motel. O sargento teria se mostrado nervoso e carregava duas bolsas pesadas.
Flora afirmou no motel que havia chegado de ônibus do município de São Luiz Gonzaga (RS). Segundo Schiazini, ele se recusava a falar pelo telefone do motel, só usando um orelhão próximo.
Na sexta, o sargento pediu para ser acordado às 6h de sábado. Como na manhã seguinte não respondeu ao chamado nem foi visto durante o dia, o dono do motel resolveu registrar o caso na 58ª DP.
Os detetives Ivan Leria, Renato José e Wanderlei Cristóvão foram até o motel e, na presença do dono, abriram a porta do quarto onde o sargento se hospedara.
Os policiais encontraram então a munição. Depois, localizaram o sargento no hospital. O delegado titular da 58ª DP, Aguinaldo Ribeiro, convocou a Polícia do Exército para cuidar do caso.
O sargento seria transferido ontem à tarde para o Hospital Central do Exército, onde deverá responder aos interrogatórios de militares do Comando Militar do Leste.

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