São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Comissão investiga queda em São Vicente

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS; DA REPORTAGEM LOCAL

Uma comissão formada por militares da Aeronáutica começou ontem a investigar o acidente com um avião Tucano T-27 da Esquadrilha da Fumaça que caiu no final da tarde de anteontem na praia do Itararé, em São Vicente (SP).
O avião caiu no mar às 18h, atrás da pedra da Feiticeira, a cerca de 100 m da praia, depois que a asa direita se desprendeu.
O estudante Eduardo Santiago de Brito, 16, morreu atingido pelo avião. Cinco pessoas sofreram ferimentos leves, entre elas, quatro banhistas e o piloto, capitão Renato de Castro Barreto Filho, 31.
Os bombeiros encontraram ontem à tarde a asa do avião. Estava enterrada em um trecho de mar na praia do José Menino, em Santos, a cerca de 1 km do local da queda.
A asa da aeronave será levada hoje para o CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José dos Campos (SP), onde será analisada.
Os destroços do avião foram levados para a Base Aérea de Santos.
O comandante da base aérea, coronel Marco Aurélio Ferreira da Gama, disse que não há indícios sobre qual seria a causa do acidente. O avião não possui caixa-preta.
O avião fez vôo rasante sobre a água e, quando começou a ganhar altura novamente, a asa se partiu.
Barreto Filho tentou desviar o avião para o mar. O piloto caiu no mar de pára-quedas, depois de ejetar o assento. Após ter sido resgatado por bombeiros, Barreto Filho sofreu ameaças de agressão por parte de pessoas na praia.
Hipóteses
Há três hipóteses para o acidente com o avião, segundo o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas Hélio Rubens de Castro Pinto.
A primeira é ter havido fadiga de material. A segunda é a asa direita do avião ter se desprendido porque o piloto teria atingido uma velocidade maior que a permitida.
A terceira provável causa é o avião ter passado por uma revisão "pesada", e a asa direita não ter sido bem fixada. Nessa revisão, o avião é desmontado para a verificação de todos os componentes.
O vice-presidente industrial da Embraer, Juarez Britto Wanderley, 65, disse que a análise do acidente deve ser comandada pela FAB. Ele não descartou a possibilidade de a Embraer, fabricante do avião, participar da investigação.

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