São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Missão fica esvaziada

NICHOLAS KOTCH
DA "REUTER", EM NAIRÓBI

O uso de aritmética simples leva à conclusão de que, com a migração em massa de hutus para Ruanda, a necessidade de uma força internacional de intervenção no Zaire diminuiu ou desapareceu.
No momento em que as primeiras tropas estejam prontas para partir, mais da metade dos cerca de 1,1 milhão de refugiados já terá voltado voluntariamente.
O governo de Ruanda disse ontem que a força não é mais necessária. "A força estava vindo para criar este corredor para os refugiados", disse o porta-voz Joseph Bideri.
Inicialmente, os hutus de Ruanda e de Burundi estavam encurralados em campos de refugiados por uma rebelião tutsi iniciada há pouco mais de um mês.
Ironicamente, a saída dos refugiados foi causada pelas características limitadas de atuação da força.
As tropas não teriam o poder de desarmar os milicianos hutus que vivem entre os refugiados, ou separá-los daqueles que quisessem voltar para casa.
Os rebeldes tutsis souberam disso na quarta e concluíram que os hutus poderiam ficar indefinidamente no Zaire após a chegada da força. Na manhã de quinta, bombardearam o principal campo de refugiados de Mugunga. No dia seguinte, o êxodo começou.
"Estava claro para Ruanda e seus aliados no leste do Zaire que eles tinham de ser rápidos, destruir Mugunga antes da chegada da força", disse Chris Nzabandora, porta-voz dos refugiados.

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