São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Sonda espacial russa cai no Pacífico sul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A sonda espacial russa Mars 96 caiu ontem por volta das 23h30 (hora de Brasília) no oceano Pacífico, entre a Ilha de Páscoa e a costa chilena. A queda da sonda chegou a por em alerta o Exército e a defesa civil da Austrália.
Previsões iniciais do governo norte-americano indicavam que destroços do objeto cairiam ao norte de Canberra (capital da Austrália).
A sonda com destino a Marte, lançada com aparente sucesso no sábado, perdeu contato com o Centro de Comunicação Espacial da Criméia após 1h37 de vôo.
O governo norte-americano informou que dois pedaços de cerca de 200 kg cada um cairiam às 23h12 de ontem (hora de Brasília) ao norte de Canberra (Austrália) ou no oceano Atlântico.
Uma das preocupações é de que possa haver vazamento de material radiativo para o ambiente. Os dois pedaços contêm, cada um, duas baterias de plutônio. A carga total é de cerca de 200 g.
Robert Bell, do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, disse que havia poucas chances de ocorrer vazamento.
Bell afirmou ter recebido informações dos responsáveis pelo programa espacial russo, segundo as quais as cápsulas podem resistir a forte calor e ao impacto da queda.
O Exército e a defesa civil australianas entraram em alerta para enfrentar qualquer emergência. A causa provável do fracasso foi uma falha em um dos propulsores do foguete Próton-K, que carrega a sonda. O propulsor não realizou a segunda ignição, prevista para acontecer na "zona de silêncio" (período em que a sonda fica sem comunicação com a Terra).
O foguete saiu da zona de silêncio com 12 minutos de atraso e ainda enviou sinais por mais 3 minutos até perder contato.
A sonda, de seis toneladas, levava 1,1 tonelada de equipamentos científicos de 20 países europeus e dos EUA e deveria chegar a Marte em setembro.

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