São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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Apoio a Afif no Sebrae serve à reeleição

FERNANDO GODINHO; AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto apóia a reeleição do empresário Guilherme Afif Domingos para a presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Em troca, articula o apoio da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa à emenda constitucional que permite a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
A frente reúne cerca de 180 congressistas. Na última quinta-feira, em solenidade no Palácio do Planalto, Afif Domingos declarou seu apoio à reeleição.
"Uma revolução não se deixa pela metade. Por isso, conte com o nosso apoio para que esse ciclo revolucionário se complete", disse Afif a FHC.
O empresário se referia à medida provisória que simplificou o regime tributário das micro e pequenas empresas, reduzindo as alíquotas do Imposto de Renda e das contribuições previdenciárias.
O Sebrae, que neste ano movimentou um orçamento de aproximadamente R$ 1,18 bilhão, possui representações em todos os Estados e mantém 508 balcões de atendimento no país.
A entidade recebe 0,3% da folha de pagamento de todas as empresas do país. Por esse motivo -mesmo sendo uma organização social autônoma, de caráter privado-, está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União.
A eleição para a presidência do Sebrae, que acontece na próxima quinta-feira, é feita entre os 13 integrantes do Conselho Deliberativo da entidade. O governo controla os votos de seis conselheiros.
Como Afif Domingos também participa do conselho, com direito a voto, sua reeleição está praticamente garantida. Ele exerce a presidência do Sebrae desde o início de 1995. Cada mandato tem duração de dois anos.
A confirmação do apoio presidencial à reeleição de Afif se deu na solenidade da última quinta-feira. No seu discurso, FHC fez referências elogiosas ao empresário.
O ato foi organizado pelo Movimento Nacional das Micro e Pequenas Empresas com o apoio do Sebrae. O objetivo era agradecer a edição da medida provisória.
Mas a solenidade se transformou em uma manifestação de apoio à reeleição de FHC, por causa das declarações dos empresários.
O presidente desceu a rampa do Planalto acompanhado de cerca de 2.000 integrantes do movimento.
(FERNANDO GODINHO)

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