São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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"PMs highlanders" são acusados de decapitação

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu dois PMs suspeitos de cortar a cabeça de Eduardo Rojas da Silva, 31. O crime aconteceu em 8 de outubro passado na zona sul de São Paulo.
Os PMs suspeitos de envolvimento nesse tipo de crime são conhecidos como "highlanders", uma alusão aos filmes protagonizados por Christopher Lambert (leia texto ao lado). Os acusados de matar Silva negam o assassinato.
Segundo a investigação do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e da Corregedoria da PM, Silva e dois outros homens teriam assaltado o soldado da PM José Natali de Alvarenga no dia 7 de outubro passado.
Os ladrões teriam levado a pistola calibre 380 (semelhante ao calibre 9 mm) do PM. O policial estaria de folga e sem farda quando ocorreu o roubo.
Um dia depois, Silva teria sido abordado à noite por Alvarenga e pelo soldado Anildo Pereira em uma padaria na avenida Teotônio Vilela (zona sul).
"Uma testemunha presenciou tudo e reconheceu os policiais", disse o delegado Marcelino Aparecido Ferreira, presidente do inquérito. A testemunha reconheceu os acusados na Corregedoria da PM.
Dias depois, ela sumiu. Segundo o delegado, a testemunha, cujo nome não foi revelado, fugiu de São Paulo, temendo represálias de outros policiais. "Nós estamos tentando reencontrá-la", disse.
Depoimentos
Anteontem, o soldado Pereira foi indiciado pelo crime. Ele e Alvarenga negaram conhecer a vítima. Ambos disseram nos depoimentos ao DHPP que abordaram uma pessoa na padaria, mas logo a dispensaram.
Segundo os acusados, o homem estava com um volume grande embaixo da blusa, e eles desconfiaram que aquilo fosse uma arma. Ao revistá-lo, teriam constatado que o volume era uma carteira.
Silva estava sendo procurado pela Justiça, pois havia fugido da prisão em que cumpria uma condenação por roubo.
"Se fosse parada, a vítima não deveria ser solta, pois estava condenada", disse o delegado. Os PMs tiveram a prisão decretada pela Justiça e estão no presídio militar.

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