São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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Punição a Naji Nahas será julgada na 3ª

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional julgará terça-feira se serão mantidas as punições aplicadas a Naji Nahas e a um grupo de pessoas e instituições envolvidas no escândalo que abalou as Bolsas em 1989.
Nahas foi multado em R$ 10,2 milhões em 1994 pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), sob a acusação de manipular o mercado para derrubar ou elevar artificialmente os preços de ações.
A penalidade corresponde a apenas 10% do prejuízo causado em operações que provocaram o fechamento de duas corretoras e quatro distribuidoras de valores, num episódio que quase levou à quebra da Bolsa de Valores do Rio.
Em sessão especial, o conselho decidirá sobre os recursos apresentados por Nahas, por empresas de sua propriedade (Selecta e Cobrasol) e por mais 15 pessoas, além das instituições que operavam com o então megaespeculador.
'Zé com Zé'
O julgamento -que deverá ser longo, pois envolve 24 volumes de processos e vários anexos- está marcado para começar às 10h e será realizado na sala de conferências do edifício-sede do Banco Central, em Brasília.
Nahas foi condenado pela CVM em inquérito que apurou a prática de operações conhecidas no mercado como "Zé com Zé": é quando pessoas ou empresas do mesmo grupo -representando um comprador ou um vendedor- compram e vendem papéis no mesmo dia para provocar elevação ou queda das cotações.
Com Nahas, foram condenados Antoine George Abbas, seu primo, Albert Boutros El Khoury, seu concunhado, e Elias Kalil Achcar, seu tio.
O conselho também julgará o recurso de ofício (obrigatório) da CVM em relação aos 26 absolvidos, entre os quais estão Francisco Souza Dantas e Sérgio Barcellos, ex-dirigentes da Bolsa carioca.

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