São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996 |
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Punição a Naji Nahas será julgada na 3ª
FREDERICO VASCONCELOS
Nahas foi multado em R$ 10,2 milhões em 1994 pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), sob a acusação de manipular o mercado para derrubar ou elevar artificialmente os preços de ações. A penalidade corresponde a apenas 10% do prejuízo causado em operações que provocaram o fechamento de duas corretoras e quatro distribuidoras de valores, num episódio que quase levou à quebra da Bolsa de Valores do Rio. Em sessão especial, o conselho decidirá sobre os recursos apresentados por Nahas, por empresas de sua propriedade (Selecta e Cobrasol) e por mais 15 pessoas, além das instituições que operavam com o então megaespeculador. 'Zé com Zé' O julgamento -que deverá ser longo, pois envolve 24 volumes de processos e vários anexos- está marcado para começar às 10h e será realizado na sala de conferências do edifício-sede do Banco Central, em Brasília. Nahas foi condenado pela CVM em inquérito que apurou a prática de operações conhecidas no mercado como "Zé com Zé": é quando pessoas ou empresas do mesmo grupo -representando um comprador ou um vendedor- compram e vendem papéis no mesmo dia para provocar elevação ou queda das cotações. Com Nahas, foram condenados Antoine George Abbas, seu primo, Albert Boutros El Khoury, seu concunhado, e Elias Kalil Achcar, seu tio. O conselho também julgará o recurso de ofício (obrigatório) da CVM em relação aos 26 absolvidos, entre os quais estão Francisco Souza Dantas e Sérgio Barcellos, ex-dirigentes da Bolsa carioca. Texto Anterior: Quem cobra mais juros Próximo Texto: Entenda como foi a operação Índice |
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